De Branca de Neve a Mulan. No mundo encantado de Once Upon a Time, quem reina são as mulheres
A história começa como em qualquer conto de fadas. A rainha má pergunta ao espelho: “Espelho espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?” E acaba descobrindo Branca de Neve. A solução encontrada pela rainha é mandar um caçador atrás da jovem. O caçador a encontra, mas sente compaixão pela presa.
Essa é a única semelhança com o conto original dos irmãos Grimm escrito no século 18. Na releitura moderna do seriado americano Once Upon a Time (exibido às quintas-feiras pelo canal Sony), a protagonista abandona a sua condição de vítima: ela sabe manusear uma espada, luta contra criaturas mitológicas e é a única capaz de enfrentar a rainha maquiavélica.
O roteiro, produzido pelos criadores de Lost (2004-2010), tenta contemplar as lacunas presentes nos contos de fadas, adaptando a história ao século 21. A reinterpretação não literal está embebida nas mudanças sociológicas decorrentes dos movimentos feministas. Diferente da versão clássica da Disney, as mulheres da série dominam o curso de seus destinos: não esperam pelo resgate de seu amado ou assumem os afazeres domésticos. Transformam-se em heroínas modernas: fortes, independentes e emancipadas. E a audiência adorou esta abordagem – de acordo com Neilsen, o seriado encerrou a sua primeira temporada com um total de 9,45 milhões de espectadores nos EUA.
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Na trama, Branca de Neve (Ginnifer Goodwin) e o príncipe encantado são obrigados a abandonar a filha para protegê-la da terrível maldição da rainha má (Lana Parrilla), Regina. A praga atinge também o restante dos personagens encantados, que acabam presos no nosso universo – vivendo em uma espécie de amnésia coletiva -, na pequena cidade de Storybrooke. Só com a chegada da filha do casal, Emma Swan (Jennifer Morrison), vinte oito anos depois, os habitantes começam a se recordar de suas vidas passadas.
Once Upon a Time brinca com o dualismo das duas realidades com um roteiro que cativa e intriga seu público. E este é seu trunfo. Na segunda temporada da série (em exibição), somos levados ao mundo dos contos de fada por uma personagem do plano real. Emma acaba presa do outro lado. Enfrenta o charmoso e sexy Capitão Gancho – vivido com primor por Colin O’Donoghue – e a assustadora Cora (Barbara Hershey), mãe da rainha Regina e a famosa Rainha de Copas.
O roteiro bem construído cria, como na ilha de Lost, empatia nos espectadores. Agora, depois de um rápido recesso devido as férias de verão, Once Upon a Time retorna com uma trama mais envolvente e assustadora: um assassinato irá aterrorizar os moradores de Storybrooke. Regina é a principal suspeita, mas será ela a real assassina? Talvez. Aprendemos rápido que, nesta cidade, nem tudo é o que parece.
Dez curiosidades mágicas de Once Upon a Time





