A nova aposta nacional do canal HBO, Magnífica 70, foi responsável por retratar o cotidiano de uma produtora de cinema na Boca do Lixo, na década de 1970.
Vicente (Marcos Winter) é um homem apático que é casado com a filha de um importante general do exército brasileiro. Com pouca personalidade, ele aceita trabalhar como censor de filmes do governo e se apaixona pelo trabalho da atriz Dora Dumar (Simone Spoladore).
O protagonista então decide tentar se tornar um diretor de cinema, ao mesmo tempo que escreve uma história autobiográfica, carregada de culpa, por se apaixonar por sua cunhada.
Com uma trama muito bem construída, é inegável apontar que os criadores do seriado – Claudio Torres, Renato Fagundes, Leandro Assis – tiveram como influência as renomadas peças de teatro e polêmicos romances de Nelson Rodrigues.
Com diálogo forte e honesto, a trama retrata os desejos mais primitivos do ser humano, onde não há pudores sexuais. Ao mesmo tempo, a ambientação em uma fase tão conservadora da história nacional contribuiu para que libertinagem fosse mais apreciada, como um protesto de liberdade.
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Com o passar dos episódios, o programa desenvolve um arco narrativo misterioso, que passou a justificar as ações depravadas da cunhada que sempre tentava desvirtuar a boa conduta de Vicente.
O telespectador ainda teve a oportunidade de assistir às artimanhas da produção de um filme, da época, com manipulações, sabotagens e roubo de dinheiro. Enquanto Vicente e Dora tentam se concentrar em levar uma verdadeira obra de arte cinematográfica Manolo (Adriano Garib) e George Larsen (Stepan Nercessian) estão tentando lucrar em cima dos investidores.
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Com tudo isso, o programa ainda foi embalado por frases de forte impacto, assim como as escritas pelo Rodrigues como “Corno não dorme” ou “Não se pode confiar em uma mulher desiludida”.
O canal HBO já confirmou a segunda temporada de Magnífica 70, comprovando que o país tem bons roteiristas e inusitadas histórias para contar.