O seriado Transparent pode ser considerado uma das melhores atrações de ficção americana lançadas em 2014. A trama acompanha as mudanças de uma família após o patriarca – Mort/Maura (Jeffrey Tambor) – se assumir transgênero. O protagonista, um professor universitário renomado, decide revelar sua identidade para os três filhos após esconder, durante penosos anos, seus verdadeiros desejos e instintos.
Os dez melhores momentos da TV em 2014
A série é assinada por Jill Soloway, também responsável pelo sucesso de crítica A Sete Palmos. A escritora inspirou-se em sua história familiar, depois que seu pai declarou sua transgeneridade. Transparent apresenta a percepção de que uma boa trama necessita de anti-heróis consistentes. Todos os personagens possuem uma boa dose de carisma e egoísmo, o que faz com que os telespectadores sintam uma oscilação de amor e ódio a cada episódio.
O interessante é notar que Maura possui a identidade mais sólida do programa, uma vez que seus filhos lutam desesperadamente para encontrar o autoconhecimento. Após a revelação do pai, Sarah (Amy Landecker) finalmente se separar do marido e assume a sua homossexualidade, ao decidir morar com Tammy.
A mudança de Maura oferece uma visão de que as escolhas dos pais levantam grandes questionamentos na essência dos filhos. Ali (Gaby Hoffmann) se interessa por um transgênero na faculdade, na tentativa de entender também sua própria personalidade. É interessante notar que a jovem, que possui visual mais masculino no dia-a-dia, demonstra sua feminilidade na nova relação, por meio de seu figurino e das ações submissas.
O episódio Best New Girl pode ser considerado o melhor momento da primeira temporada, ao exibir um flashback de Maura frequentando um acampamento trans. Ao mesmo tempo em que a protagonista vivência a liberdade junto com as amigas, ela percebe a hipocrisia e o preconceito que os outros transgêneros demonstram em seu caminho de autoaceitação.
Crítica: segunda temporada de Orange is the New Black
Transparent é uma série que mostra-se inovadora ao adicionar humanismo e realismo ao tema da transgeneridade. Orange is the New Black também tem discutido o tema ao contar a história da detenta Sophia Burset (Laverne Cox). A mensagem mais relevante dessas personagens é que a autoimagem independe de qualquer preferência sexual. Todo ser humano continua a incessante busca de descobrir as diversas facetas que possui dentro si.