‘Downton Abbey 3: O Grande Final’ é uma despedida nostálgica, mas sem surpresas

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Quando a lendária Maggie Smith, no auge de seus 90 anos, anunciou que o destino de Violet Crawley estava chegando ao fim, muitos fãs sentiram que o legado da matriarca estava prestes a se encerrar. Participante das seis temporadas da série e dos dois filmes anteriores, Maggie Smith deixou uma marca em Downton Abbey.

Com Downton Abbey 3: O Grande Final, a missão era clara: encerrar toda a história de maneira satisfatória. Mas será que o longa conseguiu surpreender os fãs ou apenas trouxe um encerramento seguro para personagens já consagrados?

Uma história que atravessa décadas

Desde o início, em 1912, pós-tragédia do Titanic, a família Crawley já passou por uma verdadeira montanha-russa de acontecimentos: revoluções tecnológicas como a chegada do telefone e do carro, a Primeira Guerra Mundial e muitas transformações sociais até a década de 1930. Entre mortes, casamentos e crises familiares, certos temas permanecem constantes: o amor, o dever, a tradição e a luta para manter a mansão intacta.

Essa continuidade é parte do encanto da saga, e é impossível não se apegar aos personagens. No entanto, ao assistir ao terceiro filme, a sensação é de familiaridade demais – o que, para alguns fãs, pode soar como falta de novidade.

Downton Abbey: curiosidades dos bastidores da série

A trama do O Grande Final

downton abbey
Ausência de Maggie Smith é sentida na despedida

O filme começa com Lady Mary (Michelle Dockery) lidando com o escândalo de seu divórcio, um tema chocante para a época, dada a rigidez social da elite londrina. Ao mesmo tempo, a família enfrenta novos desafios com a gestão da propriedade e o legado de Downton Abbey refletindo também o impacto da crise financeira de 1929 nos Estados Unidos, que reverbera até Londres.

Além disso, personagens clássicos como Carson (Jim Carter) e outros membros do staff têm seus destinos resolvidos de forma agridoce, enquanto Edith finalmente desabrocha como líder e defensora da família – algo que os fãs aguardavam desde a série.

Apesar desses elementos, o longa não traz conflitos profundos ou reviravoltas marcantes. É um filme de encerramento, focado em dar um final feliz aos personagens, mas sem provocar grandes emoções ou surpresas. Em comparação, o segundo filme proporcionou mais aventura e situações inesperadas, como a viagem fora de Londres, com pitadas de sarcasmo característico de Violet, cuja ausência é sentida neste terceiro filme.

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Nostalgia versus inovação

O charme de O Grande Final está no resgate de detalhes históricos e sociais da década de 1930: o jazz, a moda mais ousada de Mary, as mudanças sutis nos costumes e a adaptação gradual às transformações sociais. Além disso, rostos familiares do segundo filme retornam, trazendo diversidade e um ponto de conflito que enriquece a narrativa.

Entretanto, comparando com A Idade Dourada, série também criada por Julian Fellowes, nota-se que a sociedade nova-iorquina se mostra mais receptiva às mudanças, enquanto a sociedade londrina retratada em Downton Abbey permanece presa às tradições – e isso limita a inovação narrativa.

No fim, Downton Abbey 3: O Grande Final cumpre seu objetivo principal: encerrar a saga e prestar homenagem a Maggie Smith e a todos os personagens queridos. É uma despedida nostálgica e emotiva, mas que não inova ou surpreende. Para os aficionados pela série, o filme é uma experiência de encerramento satisfatória, mas longe de ser o ápice da franquia.

Se você é fã de histórias de época e quer continuar a maratona de séries desse gênero, A Idade Dourada na HBO Max é uma excelente sugestão, com um frescor maior e novos horizontes sociais para explorar (confira mais dicas).

E você, o que achou do terceiro filme? Foi uma despedida digna para Violet, para Meg Smith e para toda a família Crawley?

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