‘Maria Bonita e o Cangaço’ reconta história de anti-heróis brasileiros

Você já imaginou viver fora da lei, em meio à Caatinga, desafiando coronéis, a polícia e o próprio destino? Essa foi a vida de Maria Bonita e Lampião, o casal mais famoso do cangaço brasileiro! Eles se tornaram lendas, personagens de filmes, séries e livros – e agora ganham uma nova versão na série Maria Bonita e o Cangaço do Disney+.

Nos anos 1920 e 1930, o sertão nordestino era marcado por desigualdades sociais e violência. Nesse cenário, o Cangaço surgiu como uma forma de resistência armada. E foi nesse contexto que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, se tornou o líder mais temido dos cangaceiros.

Mas a história ganha um novo rumo quando Maria Bonita entra em cena. Natural da Bahia, Maria Déa, seu nome verdadeiro, abandonou um casamento infeliz para seguir o bando de Lampião. Ela se tornou a primeira mulher a entrar para o cangaço, desafiando os padrões da época e se transformando em um ícone de coragem e rebeldia.

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Juntos, eles percorreram o Nordeste, enfrentaram batalhas e se tornaram figuras míticas. Até que, em 1938, foram cercados pela polícia na Grota de Angico, em Sergipe, onde foram brutalmente assassinados. Mas, mesmo após a morte, sua lenda continua viva até hoje.

Isis Valverde, que vive Maria Bonita na trama, contou ao Pop Séries sobre a nova abordagem da produção: “É a primeira vez, depois de toda a história que vocês já escutaram contada por homens… E agora tem uma mulher contando a história do Cangaço. E o que essas mulheres viveram? Porque sempre eram mulheres sem filhos, eram quase um bibelô. Quem eram essas mulheres? Essas cangaceiras? De onde elas vieram? O que elas vivem ali? O que elas passaram? Que história as mulheres trazem na bagagem? Elas estavam ali, a Maria Bonita. E o que falava: ela tinha coxas bonitas, coxas grossas. A Sila tinha mão de pianista. Cada uma tinha uma qualidade física, mas… E o interior dessas mulheres? E o que elas passaram pra chegar aqui? “

A ideia aqui é explorar as tramas paralelas ao temido justiceiro, com foco nas mulheres e também nas comunidades isoladas da região. Mas, também, é claro, mostrar os conflitos entre o grupo e a polícia local em meio ao sertão árido e perigoso.

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Também conversamos com Adriana Negreiros, cujo o livro sobre o Cangaço inspirou o roteiro da série. “As pessoas geralmente dizem, ah, Lampião é o herói ou é o bandido? E a Maria Bonita? Na verdade, como os seres humanos que são, com a experiência histórica que foi o Cangaço, não dá para a gente dividir e compreender isso nessa chave tão binária. É muito mais complexo do que se pensa, como dizem os mocinhos. Lampião, para além de ser visto muito como facínora, com um carrasco, também era humano, também tinha sentimentos, também amava a sua Maria, também se comovia, também tinha vontade de exercer paternidade, do mesmo modo de Maria. E pra muitos era uma bandida, uma cangaceira que resolveu largar a vida que se esperava pra ela, de uma dona de casa tradicional, pra seguir o bando, mas era uma mulher que tinha esse privilégio e também tinha muito desejo. Então é isso, os personagens são complexos como a vida e essa série mostra isso de uma forma espetacular.”

O projeto conta com direção de Sérgio Machado, Thalita Rubio e Adrian Teijido. O elenco é composto por Júlio Andrade, que interpreta Lampião, além de Rômulo Braga, Mohana Uchôa, Clebia Sousa, Thainá Duarte, Geyson Luiz, Dan Ferreira, Jorge Paz, Chandelly Braz, entre outros talentos.

Maria Bonita e o Cangaço é uma produção Star, tem seis episódios e está disponível no catálogo do Disney+.

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