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spoilerQuando estreou a segunda temporada de Orange is the New Black, a criadora da atração Jenji Kohan foi taxativa ao afirmar que não gostaria que a prisão de de Litchfield se transformasse em um acampamento de férias feminina. Para isso, ela introduziu personagens fortes e cruéis como Vee e mostrou cenas de violência, manipulação e covardia.

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Entretanto, o terceiro ano da série, que estreou em junho na Netflix, descontruiu todo esse antigo cenário. A vilã foi morta e uma aparente paz começou a reinar no local. Mesmo sem promover grandes manifestações ou cenas de violência explícita, os novos episódios ganharam um brilhantismo ainda maior. Jenji transformou Orange em um estudo bem-sucedido do comportamento humano.

Como era de costume, as histórias paralelas das atrizes coadjuvantes do seriado se transpuseram sobre o drama de Piper. Se no primeiro ano o interessante era observar como uma mulher de classe média alta enfrentaria o clima penitenciário, agora a protagonista pode ser considerada uma das detentas mais apáticas da atração.

Especial de estreia: terceira temporada de Orange is the New Black

O arco narrativo de Piper (Taylor Schilling) transformou-se em uma comédia sobre como se tornar empreendedora vendendo calcinhas usadas para tarados na internet. Além disso, mostrou como a personagem está se adaptando, cada vez mais, no clima da malandragem e da esperteza.

Orange is the New Black

Preconceito superado: Pennsatucky e Big Boo protagonizam boas cenas de amizade

Portanto, as boas histórias foram destinadas para mulheres como Red, Crazy Eyes e Pennsatucky. As atrizes, extremamente talentosas, trouxeram mais vivacidade para a atração e foram responsáveis pelas melhores cenas da temporada. Red mostrou um lado mais sensível e amoroso, ao se apaixonar por Sam Healy; Crazy Eyes (Uzo Aduba) tornou-se uma incrível escritora de contos eróticos e, finalmente, conseguiu arrumar uma namorada.

Já Pennsatucky, interpretada por Taryn Manning, transpareceu sua fragilidade nas cenas de estupro em que foi envolvida durante toda a sua vida. É também interessante perceber a evolução da conduta moral da personagem ao longo destes anos. Se na primeira temporada ela era uma radical religiosa, agora Pennsatucky desenvolveu um amizade genuína com Big Boo – uma lésbica orgulhosa de sua preferência sexual.

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Outro ponto que contou a favor da série foi a ideia de mostrar grandes histórias que eram desconhecidas pelo público. Além do inesperado flashback de Chang, Norma foi uma das grandes protagonistas. Em um local onde a vulnerabilidade emocional é tão latente, há uma grande procura pela fé e pela sensação de pertencimento a um grupo de identificação. Por isso, Poussey lutou tanto para não ficar sozinha e enxergou em Norma uma verdadeira salvadora de sua condição.

OITNB: confira mais cenas da terceira temporada

OITNB também foi precursora ao exibir cenas que mostram a questão da transgeneridade. A atriz Laverne Cox, que também é transgênera na vida real, foi pioneira ao debater assuntos nunca antes mencionados sobre a crise da identidade de gênero, como os dilemas familiares, envolvimentos amorosos e preconceito. Em um época em que séries como Transparent são aplaudidas pela crítica – e Caitlyn Jenner (Keeping Up with the Kardashians) virou porta-voz do assunto -, esperamos que a série seja reconhecida bravamente pelo seu sucesso.

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