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Trama explora a relação do público com a tecnologia

Longe de tratar a tecnologia como uma potencial ameaça à vida social, como Black Mirror e Westworld, o  estreia nesta sexta-feira (11) a série Contos Futurísticos.

O projeto tem como o foco o público infantojuvenil e traz, em sete episódios, histórias ambientadas em um futuro não tão distante. Aqui os jovens protagonistas revelam possíveis relações com a tecnologia que vão pautar as gerações dos próximos anos, é uma ficção científica que também apresenta dilemas morais nas mais diversas situações. Como por exemplo: e se tivesse um clone robótico melhor que você para realizar aquele sonho que tanto almeja, você usaria a suas habilidades ou então trapacearia com a Inteligência Artificial?

Conversamos com a criadora e roteirista do projeto Melody Fox (A Hora do Arrepio), que contou mais sobre as suas inspirações para as histórias. “Sou uma grande fãs de antologias, como Black Mirror e Além da Imaginação. E como criança cresci explorando os limites. Então, achei que havia um mercado para um Além da Imaginação para crianças. É muito divertido fazer antologias porque, a cada semana, você tem novos personagens, objetivos, problemas e dificuldades em cada jornada. E, no final, há uma resolução e você pode fazer isso com muito sucesso em um formato de 30 minutos, é como assistir a um pequeno filme.”

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Durante o bate-papo, perguntamos também sobre a relação dos personagens com a tecnologia, bem longe de ser algo apocalíptico como nos filmes de Hollywood. “Acredito que temos uma boa relação com a tecnologia. As crianças a usam todos os dias em seus telefones, computadores e videogames. Todos nós temos uma relação com os nossos aparelhos, e isso é pano de fundo para as histórias, porque a ficção científica é uma arena divertida para contarmos essas jornadas sobre crianças e famílias.”

Quando perguntamos sobre qual invenção de De Volta para o Futuro seria legal de ver em um episódio, o showrunner Andrew Orenstein, logo responde: “Eu adoraria … e gostaria de fazer um com viagem no tempo, com certeza. Também foi um grande filme para nossa geração.”

Melody completa contando que já alguns temas em desenvolvimento para uma possível segunda temporada. “Pensamos em uma tema ligado ao meio ambiente, em que uma família está morando em Marte e realizam experimentos importantes lá sobre sustentabilidade. Gostaria de fazer episódios com essa vertente, pelo menos um por temporada, porque é algo importante que precisamos discutir.”

E se eu fosse você …

Você provavelmente se lembra do filme Sexta-Feira Muito Louca, de 2003, protagonizado por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan. Nele, mãe e filha acabam trocando de corpos inexplicavelmente.

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A inspiração serviu para o quarto episódio de Contos Futurísticos, mas desta vez a culpa para a confusão é da tecnologia. Após participarem de um experimento, o estudante Seth (Cole Keriazakos) e o seu diretor (Maz Jobrani)
trocam de corpo por engano. Mais do que um recorte sobre uma possível tecnologia que nos permitiria “ler mentes”, o capítulo toca na questão do conflito geracional e como é difícil se colocar no papel do outro.

“Quando descobri que era Maz que interpretaria o outro personagem, imediatamente comecei a estudar formas de representá-lo fisicamente. Assisti à Sexta-Feira Muito Louca e outros filmes do gênero e foi uma fonte de inspiração para enfatizarmos essa diferença de idade que eles têm”, contou Cole.

Maz completou: Eu tenho um filho que tem mais ou menos a idade que Cole. Então foi fácil. Eu tenho vivido com essa pessoa nos últimos anos, não precisei pesquisar. Tudo o que eu tinha que fazer era olhar para os meus próprios filhos.”

E que lição este encontro de gerações deixará para os atores? “Acho que meu personagem aprende que tem que se soltar na vida, lembrar de ser criança. Eu sou um comediante de stand-up e acho que me permito muito isso na minha vida real. Muitas vezes eu me belisco quando estou sentado com um monte de outros comediantes rindo nos bastidores e penso: ‘Uau, eu não tenho que ir a um escritório. Este é o meu escritório’. Então eu tenho sorte. Não sou nada parecido com o diretor, que era tenso. E eu gosto da lição que show dá, que é preciso se soltar. A vida é curta, aproveite a vida!”, conta Maz.

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Cole compartilha a visão do jovem: “Sinto que Seth é o tipo de personagem que odeia todas essas regras. Mas no corpo do diretor, ele descobre que há uma razão para toda insegurança e a para as regras da escola.”

Sobre qual tecnologia os atores gostaria de ver na vida real, Maz acabou abraçando a nossa ideia: “Sim concordo com você, carros voadores seriam divertidos!”

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