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Amy Adams interpreta novamente a mágica Giselle

Sem muitas expectativas, Encantada conseguiu conquistar o público e a crítica quando estreou em 2007. A trama, típica de um conto de fadas da Disney, tinha como foco Giselle que é expulsa de Andalasia por uma rainha má e enviada para a cidade de Manhattan, em Nova York. Lá, não existe música, mágica e finais felizes.

Completamente perdida, ela conta com a ajuda de um advogado divorciado e sua filha para ajudá-la. O resultado é o esperado: os dois se apaixonam e acabam juntos no final do longa-metragem.

Na sequência, intitulada Desencantada, Amy Adams e Patrick Dempsey retornam aos papéis dos personagens, mas não estão felizes como o planejado. Após 15 anos, Giselle não encontrou a felicidade que perseguia e tem problemas em lidar com a enteada, Morgan (Rachel Covey), que é agora uma adolescente. Da cidade grande, a família se muda para a pequena Monroeville, onde esperam recomeçar com a chegada do novo filho.

Seguindo a maldição das sequências, é certo dizer que o encanto parece ter se perdido no segundo filme. Não me leve a mal, ainda há cenas muito divertidas, principalmente quando Giselle canta para os seus amigos animais, que logo veem ao seu socorro. Pip, o esquilo trapalhão, também retorna do reino mágico para ajudar a amiga que, desesperada por seu “felizes para sempre”, faz um desejo inconsequente. Com a varinha mágica dada pelos amigos, o príncipe Edward (James Marsden) e Nancy (Idina Menzel), ela pede para que sua realidade se transforme em um conto de fadas.

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Logo, os moradores da cidade viram personagens típicos de uma história infantil. E Giselle passa da mocinha a madrasta vilã na história. E é uma pena que toda trama aconteça fora dos limites da cidade grande. Os anos se passaram e o enredo não explicou em nada o que aconteceu na vida dos personagens. Somos apresentados a versões mais velhas deles, mas sem um acompanhamento de como chegaram lá.

Giselle revela-se uma empresária da moda ao final do primeiro filme, com roupas inspiradas em sua origem em Andalasia. Por que não conhecemos este lado independente da protagonista? Como Morgan ficou tão diferente de sua melhor amiga? O salto temporal é um recurso necessário, no entanto muito mal utilizado na construção da história.

Outro ponto é que o filme peca, em talvez, uma nostalgia excessiva. Claro que referências ao primeiro longa-metragem são necessárias, mas as performances musicais não parecem tão cativantes – e um pouco frustrantes. É divertido ver Giselle transformando tudo em canções, tentando ser feliz o tempo inteiro, e vendo o melhor lado das coisas. Afinal, é a sua característica principal, o seu melhor atributo. Entretanto, há excessos do recurso na narrativa o que deixa o filme um tanto cansativo e bem clichê. Será que após 15 anos de espera não havia uma forma mais original de explorar o enredo dos personagens?

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Aliás, pouco se vê Edward e Nancy – e também dos outros personagens do reino mágico. Outra decepção. E quando conhecemos novos nomes, como a líder da comunidade Malvina (Maya Rudolph) e seu filho, as relações são superficialmente desenvolvidas. Há muitas tramas coadjuvantes para pouco tempo de dela. Uma pena. Talvez Giselle não deveria ter saído de Nova York, com certeza sua jornada por lá seria muito mais interessante.

 

Desencantada estreia em 18 de novembro no Disney+.

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