barbie

Barbie é uma comédia divertida que brinca com feminismo

A boneca Barbie tem conquistado crianças há anos, muito antes de chegar às telas do cinema com Margot Robbie.

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De cabelos loiros, com um elegante maiô listrado em preto e branco, o brinquedo foi lançado em 9 de março de 1959 na Feira Anual de Brinquedos de Nova York. Ruth Handler, a co-fundadora da empresa de brinquedos Mattel, percebeu que sua filha, Barbara, gostava de brincar com bonecas de papel que representavam mulheres adultas. E isso a levou a produzir a sua maior criação.

Com o passar dos anos, o visual da Barbie mudou drasticamente, com diferentes versões contemplando profissões, etnias e inclusão social.

Agora o filme de Barbie tem como missão apresentar uma comédia divertida, inteligente, mas ao mesmo tempo crítica à sociedade atual, e acaba sendo uma lição de empoderamento feminino. E eu não estou falando do feminismo “chato” que muitas vezes vemos estampado na TV ou nas salas do cinema. A diretora Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar, 2017, e Adoráveis Mulheres, 2019) encarregou-se de criar um mundo colorido e fantástico para agradar o público de todas as gerações.

Na trama, Barbie (Margot) tem uma vida perfeita na Barbilândia, juntamente de várias versões de si mesma produzidas pela Mattel. E neste cenário não é possível encontrar nenhum tom sólido de preto ou branco, o rosa predomina em todos os lugares! Até que o seu corpo começa a apresentar alguns “defeitos de fabricação”, como pés chatos e celulite. Para resolvê-los, ela tem que viajar até o mundo real em busca de respostas. Na empreitada, conta com a ajuda de Ken (Ryan Gosling), que tem os seus próprios objetivos com essa empreitada.

barbilândia
Filme apresenta a cidade Barbilândia

Mas o nosso mundo está longe de ser cor de rosa, como a protagonista esperava. Diferente de seu universo, Barbie descobre que as mulheres ainda não conquistaram a posição de poder que tanto almejavam, e que o mundo ainda é controlado pelos homens no poder. Aliás, todo o corpo administrativo da própria empresa que a criou é masculino!

Com muita perspicácia e inteligência, o roteiro leva a protagonista a sua própria jornada de autodescoberta e também a ajudar as suas proprietárias no mundo real. A relação entre mãe e filha está conturbada, com a chegada da adolescência, e precisa dos conselhos da boneca, que já foi o ponto de união entre as duas personagens.

O elenco é diverso e não decepciona pela química, mesmo nas cenas mais improváveis. Destaque para Will Ferrell, Simu Liu, Michael Cera, Kate McKinnon, America Ferrera e Issa Rae. A atriz Hari Nef interpreta uma Barbie transgênero, que faz parte da Tribute Collection da Mattel e homenageia a ativista Laverne Cox. A cantora Dua Lipa é a versão sereia da boneca. Também tenho que ressaltar o talento de Ryan Gosling, que assim como em La La Land, assume o papel musical do projeto, gravando algumas das canções do longa-metragem.

Mas será que Barbie vale todo hype? A resposta é sim. Arrisco dizer que é um dos melhores live-actions produzidos do gênero, e possivelmente receberá a algumas indicações ao Oscar ou Globo de Ouro. Não é o melhor filme do ano, Oppenheimer já roubou essa posição. Com a sua estratégia de marketing brilhante, que “vestiu” Margot Robbie com os trajes da boneca em eventos e pré-estreias, com certeza o filme é digno de sua atenção e simpatia.

Em 2018, a empresa de brinquedos por trás da Barbie e outras marcas famosas criou uma divisão para fazer filmes inspirados em seus brinquedos, jogos e marcas, e nomeou Robbie Brenner, uma aclamada produtora de cinema, para supervisioná-la. A  projeção de bilheteria milionária também garante que a Mattel irá investir em novos projetos do gênero (17 já foram anunciados). Na lista estão uma produção sobre Polly Pocket, dirigida por Lena Dunham e estrelada por Lily Collins, um filme de comédia e roubo baseado no jogo Uno, com Lil Yachty, e uma versão live-action de Barney.