A trama de Glee não vinha bem desde a morte de um de seus protagonistas, Cory Monteith. A tragédia inesperada gerou uma série de obstáculos para comédia, desde a superação emocional do elenco a readequação da história.
No ano passado, Ryan Murphy havia revelado quais eram os seus planos originais para o seriado: Rachel conquistaria o seus sonhos para, depois, ficar com Finn. O personagem, por sua vez, assumiria o comando do clube do coral. O final, transmitido pela Fox, sofreu algumas modificações, mas conseguiu captar a essência desejada pelo criador.
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O grande trunfo da última temporada esteve no roteiro focado nas raízes do programa. O arco narrativo se resumiu, mais uma vez, a turma de amigos que encontra em um grupo uma forma de serem aceitos por suas diferenças, de fazerem amigos e revelarem, por meio das performances individualizadas, as suas verdadeiras identidades para o mundo. Murphy descartou a vida universitária, o foco nos novos membros do New Directions e a cidade de Nova York.
De volta a Ohio, Rachel Berry (Lea Michele) teve os seus sonhos despedaçados após o seu fracasso na televisão. Kurt terminou com Blaine, que por sua vez começou um namoro com Karofsky. Will assumiu a direção do Vocal Adrenaline para, assim, perceber que estava desperdiçando a sua real vocação. Sue Silvestre (Jane Lynch) continuou a mesma treinadora durona que esconde um grande coração. Outros membros do elenco original apareceram em episódios especiais com objetivo de dar uma conclusão a saga: Mercedes recebeu a proposta tão esperada no meio musical e Santana e Brittany se casaram.
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Para os fãs da série, a nostalgia esteve presente em vários momentos do último ano, principalmente, no penúltimo episódio, 2009, que trouxe a perspectiva de outros personagens de como o clube do coral foi fundado. Os saltos no tempo contribuíram também para a evolução da trama em seu final.
Jesse St. James (Jonathan Groff), o ex-namorado de Rachel, que já havia conquistado a sua “redenção” em temporadas passadas, apareceu como de costume: em um dueto inesperado com a personagem. É extremamente satisfatório e verossímil vê-los juntos no futuro, assim como os produtores os colocaram. Ambos alcançaram o ápice em suas respectivas carreiras, o que foi prestigiado com a vitória de Berry no Tony Awards.
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No mais, Glee será lembrada como um programa que revolucionou os formatos tradicionais dos programas televisivos ao transformar um seriado em uma complexa apresentação musical. Ela também soube reconhecer as mudanças da sociedade americana e, em alguns momentos, promovê-las, ao passo que loser ganhou um espaço de destaque no enredo (mudança não explorada nos shows adolescentes até então) e na mídia internacional.
Mais do que isso, a comédia soube representar com competência a juventude do século 21 que, com a sua liberdade geracional e acesso irrestrito à rede global – onde qualquer um pode ser protagonista de sua própria história -, busca diferentes caminhos para encontrar o seu espaço no mundo. Em sua paródia moderna, Glee foi vitoriosa a dar uma voz aos milhares de excluídos, mesmo que ainda que no contexto restrito do high school.
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