Talvez o maior talento de Ryan Murphy seja a sua capacidade de escolher tramas intrigantes da vida real para serem adaptadas na televisão. Depois de abordar o polêmico julgamento do jogador O.J. Simpon, o criador de American Crime Story optou por narrar o brutal assassinato do estilista italiano Gianni Versace (Edgar Ramírez).
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Em 1997, o ícone fashion foi morto a tiros em frente a sua mansão em Miami em plena luz do dia. O responsável era um jovem chamado Andrew Cunanan, que tinha uma verdadeira fixação por Versace e também já tinha assassinado outros quatros homens até o fatídico dia. Mesmo com a caçada do FBI, o serial killer nunca foi preso e acabou se suicidando sete dias após a morte de Versace.
O mais surpreendente do seriado – que foi baseado no livro Vulgar Favors, de Maureen Orth – é que ao longo da temporada o crime de Versace passa a ser secundário e a trama é focada na trajetória de Cunanan. Talvez na tentativa de compreender as razões e o comportamento do psicopata, a série refaz todos os seus passos, retrata todos os assassinatos cometidos e mostra o seu trágico fim. Claro que Gianni é um personagem fundamental, mas Cunanan e a interpretação de Darren Criss crescem de maneira excepcional durante os episódios.
Família Versace critica American Crime Story
A trama também se apoia em revelar detalhes enigmáticos do clã Versace, como a homossexualidade e a vida sexual agitada que Gianni possuía com seu marido, Antonio D’Amico (Ricky Martin).
É também interessante notar o relacionamento dependente que era nutrido pelo estilista e sua irmã Donatella, interpretada brilhantemente por Penélope Cruz. Ao mesmo tempo em que era sua verdadeira musa inspiradora, ela lutava para driblar sua insegurança profissional e se estabelecer como a detentora do patrimônio da família.
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Por um outro lado, Cunanan era um rapaz egocêntrico, vaidoso e dissimulado que perseguia a fama, a riqueza e o bom estilo de vida. Criado por um pai inescrupuloso, ele tinha como objetivo ser notado publicamente e ser admirado por um grande feito, assim como era Versace. Há uma grande divergência na história que – talvez – nunca ninguém saiba a verdade. A série aponta que Cunanan e o estilista tiveram um caso furtivo em São Francisco, porém a família Versace nega que eles tenham se conhecido.
Com uma narrativa não linear intrigante, American Crime Story construiu mais um thriller psicológico que retrata como uma mente doentia é capaz de destruir um grande talento.
Para a terceira temporada, Murphy já decidiu falar sobre a uma equipe médica que acelerou a morte de pacientes terminais durante o furacão Katrina, em Nova Orleans. Com certeza, teremos uma história para acompanhar em 2019!