Histórias sobre a Primera Guerra Mundial serviram de inspiração para milhares de produções cinematográficas ao longo dos anos.
Glória Feita de Sangue (1957) e Cavalo de Guerra (2012) são alguns exemplos de filmes que conquistaram o público com as suas perspectivas particulaes sobre o conflito.
Dirigido por Sam Mendes (Beleza Americana), 1917 não foge da regra de explorar uma trama centrada na relação de personagens, onde a guerra é o principal fator que os move. O enredo conta a jornada de dois jovens soldados britânicos que recebem uma missão impossível: entregar uma mensagem no território inimigo, o que impedirá que 1.600 homens e o irmão de um deles entrem sem defesas em em uma armadilha mortal.
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O roteiro é assinado por Mendes e Krysty Wilson-Cairns, que se inspiraram nas histórias do pelo avô do diretor, Alfred Mendes, um mensageiro da frente belga na Primeira Guerra Mundial.
Poucos conhecidos em Hollywood, Dean-Charles Chapman e George MacKay interpretam os protagonistas que encaram uma empreitada assustadora para salvar seus colegas. Longe de ter uma narrativa arrastada, o roteiro consegue mostrar com criatividade os terrores que contaminam territórios dominados pela guerra: casa abandonadas, trincheiras cheias de mortos, plantações e animais dizimados e o medo que os civis enfrentaram na linha inimiga. E a fotografia do filme é muito competente em mostrar esse cenário desolador.
A jornada dos soldados Blake e Schofield é repleta de perigos, principalmente quando o telespectador entende que as chances de sobrevivência da dupla são realmente pequenas. Assim como na guerra, o que os move é a esperança e o dever com o seus compatriotas. Mesmo que Schofield acredite que medalhas e reconhecimentos não servem para nada, o personagem não abandona seu heroísmo durante à trama, como em uma típica jornada do herói.
O projeto conta também com a participação de Colin Firth e Benedict Cumberbatch, embora as suas atuações reduzidas não sejam memoráveis.
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No mais, 1917 (estreia em 23 de janeiro nos cinemas) é o nome favorito ao Oscar de 2020. Com atuações excelentes, roteiro sagaz e direção impecável vai ser muito difícil outro concorrente retirar a estatueta do filme.