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A atriz e o marido, Julius Tennon, visitam o Brasil

Viola Davis é a protagonista de A Mulher Rei, novo filme da Sony Pictures que estreia no Brasil em 22 de setembro.

A história é focada do grupo de guerreiras conhecidas como Agojie, que viveram no reino africano de Daomé nos anos 1800. Elas foram as responsáveis por protegerem a sua comunidade da captura e venda de escravos pelos navios negreiros que chegavam no porto do país. As guerreiras foram chamadas amazonas pelos historiadores ocidentais, devido à sua semelhança com as míticas mulheres de Anatólia e do Mar Negro.

De acordo com os relatos, o grupo era composto por mulheres que, de alguma forma, eram “doadas” por suas famílias. Sem a possibilidade de casamento, a única saída para elas era integrar o exército de protetoras do rei. Fortemente armadas com espadas, estima-se que as Agojie comportaram de 4 a 6 mil mulheres, um terço de todo o exército de Daomé.

No filme, inspirado em fatos reais, Viola vive a general Nanisca, responsável por treinar uma nova geração de recrutas e as preparar para a batalha contra um inimigo determinado a destruir o modo de vida delas. O elenco conta também com a participação de Lashana Lynch, John Boyega, Thuso Mbedu e Sheila Atim.

Viola Davis e o produtor Julius Tennon (que também é o seu marido) vieram ao Brasil para promover o lançamento do filme. Em coletiva de imprensa, Julius falou sobre os desafios que a equipe enfrentou para tirar a história sobre essas mulheres poderosas e, até então, desconhecidas do papel: “Levamos sete anos para fazer este filme. Sete anos. E muitos desafios pelo caminho. Obviamente, você está sempre tentando superar esses desafios, mas mesmo assim, é difícil quando você está fazendo um filme sobre pessoas pretas em Hollywood. E você sempre tem que ficar focado no que você quer fazer e como você quer fazer.”

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Já atriz reforçou como é importante as produções mundiais darem mais espaço para representatividade na tela. “Temos a chance de sermos vistos de uma maneira nunca vista antes. No cinema, com os maiores cineastas, com os maiores filmes, não temos presença. Eu não estou falando apenas sobre ser visto. Estou falando de reconhecer o nosso poder, a nossa beleza, a nossa complexidade. Há uma sensação de que somos tão fortes que nem somos vulneráveis. E eu acho que essa é uma das razões pelas quais você tem tantos problemas que afetam as mulheres negras, porque não somos valorizadas como as Agojie. Espero que, de certa forma, isso ajude as mulheres negras a explorar esse espírito guerreiro que elas têm dentro delas, porque tudo vem de um lugar em que se sentem dignas. É muito importante que elas vejam que podem liderar uma bilheteria global e que não precisam de uma presença masculina e nem mesmo branca.”

Para se preparar para o papel Viola contou que teve que pesquisar mais sobre a história dessas guerreiras e embarcar em uma rotina pesada de treinos, algo que a desafio em seus 57 anos. “Em primeiro lugar, eu não chamaria este filme de ação. Acredito que seja um drama histórico. Acho redutivo dizer que é um filme de ação só porque ao me preparar para Nanisca, uma parte de quem ela, é uma guerreira. Então eu tive que fazer esse trabalho, assim como eu tive que fazer o trabalho do dialeto, assim como eu tive que fazer o trabalho emocional. Então, tínhamos cinco horas por dia de treinamento, com levantamento de peso, corrida, sendo três horas e meia de artes marciais.”

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Outro ponto que emocionou Viola foi poder concretizar o sonho de liderar um filme com o elenco em sua maioria negro. “Esta é a alegria da minha vida. Passei dez anos estudando atuação e sempre interpretei papéis de teatro clássico, onde mulheres brancas os retrataram antes de mim. E aqui estou eu tentando me encaixar em todo esse tipo de imagem do que significa ser mulher. E eu nunca senti que me encaixo. A razão pela qual eu aceitei o papel é o roteiro de Dana Stevens. Ela escreveu palavras que, para mim, meio que abriram o mundo e me fizeram sentir humanizada.”

Julius acrescentou que espera que a produção incentive outros projetos focados na diversidade. “Isso é uma esperança. Quer dizer, acho que tudo começa com algo espetacular. E este filme é muito espetacular porque tem tudo. Tem humor, tem coração, tem emoção. Quem somos nós senão seres humanos? E estamos muito esperançosos de que este primeiro grande passo com A Mulher Rei vai abrir as portas, porque o que entendemos é que esse tipo de filme com pessoas de cor, há comércio por trás deles. Esse tipo de filme deve, deixe-me enfatizar, deve ganhar dinheiro. Quando o fizer, veremos, esperançosamente, uma proliferação dessas narrativas por aí.”

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