Se você está ansioso para saber se Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa será uma decepção cinematográfica assim como foi Esquadrão Suicida, respire fundo e fique tranquilo! O filme é divertido, despretensioso e encantador!
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O fato é que Arlequina sempre mereceu um longa-metragem para chamar de seu! Primeiro porque a protagonista é o único ponto positivo que salvou Esquadrão Suicida de um desastre completo. Ela trouxe carisma e representatividade ao filme que foi descartado pelo público e pela critica especializada em cultura pop. Além disso, em um cenário em que as heroínas são tão exaltadas no cinema, é chegada a hora de uma vilã brilhar com a sua saga de autoconhecimento.
A produção cinematográfica estreia com a missão de mostrar Harleen Quinzel (Margot Robbie) em uma nova fase de sua vida. Após terminar seu namoro com o Coringa, ela precisa encontrar sua identidade e descobrir como é viver longe daquele relacionamento – que ela mesma – reconhece como abusivo. E ao longo do caminho ela encontra três mulheres que a ajudam a entender que a vida pode ser muito mais divertida quando se é independente.
Obviamente, o trunfo do filme se sustenta na construção da protagonista e o quanto ela é capaz de seduzir o espectador com suas peripécias. Com a peculiaridade encantadora de uma jovem punk rock, Arlequina é capaz de colocar fogo em seu próprio parquinho. E ela faz tudo isso com um sorriso no rosto e com falas que oscilam entre a ingenuidade e a ironia. E o melhor tudo: ela não cai no lugar comum de ser uma personagem fútil ou leviana que pode ser enquadrada como tantas outras do cinema. Neste contexto, o subversivo é ver uma doutorada em psiquiatria não levar nem o seu próprio filme a sério.
A direção de Cathy Yan foi assertiva ao apostar em cenas de ação muito bem executadas. A produção enfatiza as lutas corpo a corpo rebaixando a tendência de filmes de super-heróis apoiados em explosões e efeitos especiais mirabolantes. E com esta escolha – mais uma vez – a definição da força feminina é enaltecida tanto em Arlequina quanto nas Aves de Rapina.
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Porém, se o longa-metragem acerta na trajetória de sua estrela principal, ele derrapa no arco narrativo destinado às Aves de Rapina. Fica mais do que claro que o filme é uma introdução das personagens, mas a trama prolonga demais a reunião entre as protagonistas. A dinâmica funciona tão bem que é uma pena que o público só consiga desfrutar das cenas conjuntas nos momentos finais.
A impressão é que a demora é sustentada na possibilidade de uma sequência ou de um filme solo das Aves de Rapina. As interpretações de Jurnee Smollett-Bell (Canário Negro), Rosie Perez (Renee Montoya) e Mary Elizabeth Winstead (Caçadora) são excelentes e comprovam que há potencial na franquia. O desequilíbrio na narrativa não compromete o resultado final, mas Cathy Yan perdeu a oportunidade de explorar melhor a sonoridade entre essas mulheres tão empoderadas.
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Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa estreia neste fim de semana nos cinemas.