Sequência de clássico da década de 1990 chega aos cinemas
Mais de três décadas se passaram e ele está de volta. Da mente criativa e original de Tim Burton, Beetlejuice retorna aos cinemas em uma sequência desejada, mas que talvez tenha demorado demais para acontecer.
Quando o filme estreou na década de 1990, foi um tremendo sucesso. Na história, Bárbara e Adam Maitland morrem após um acidente de carro, mas ao invés de irem para o céu são aprisionados em sua antiga casa. Quando uma nova família e sua filha adolescente, Lydia, mudam para a residência, o casal de fantasmas tenta, sem sucesso, assustar os novos moradores.
Suas tentativas de assombração atraem um espírito, cuja ajuda se torna perigosa tanto para o par de almas, quanto para a inocente Lydia. Beetlejuice é um tipo de espírito que se dedica a exorcizar seres humanos da casa que está sendo assombrada. Ele é um personagem complexo e excêntrico que muitas vezes acaba causando mais problemas do que soluções.
Havia um plano para uma continuação, que foi engavetado por diversas vezes pela Warner Bros. Principalmente, por que Tim Burton está envolvido na produção de Batman Returns. O tempo também passou e a trama de Beetlejuice cai no esquecimento.
Após décadas, a obra ganhou outras adaptações: em desenho animado, com 94 episódios. O programa reimaginou completamente a relação entre Lydia Deetz e Beetlejuice, com os dois imersos em aventuras selvagens no “Nem Mundo”. Os Maitlands não existem neste spin-off, mas Lydia tem um elenco de colegas de turma, bem como amigos macabros, como um esqueleto fisiculturista e uma aranha sapateadora.
Além disso, há uma peça musical de sucesso na na Broadway (indicada a oito prêmios Tony). Mas tudo mudou com a estreia de Wandinha, outro sucesso de Burton na Netflix. O sucesso de Jenna Ortega no papel e o desejo do elenco pela sequência reascendeu o interesse no projeto. Afinal, estamos vivendo a era dos revivals em Hollywood.
Em Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, reencontramos a família Deetz anos após o seu primeiro encontro com Beetlejuice. Com a morte do patriarca, Lydia é obrigada a enfrentar o seu maior medo, mesmo que lide com fantasmas e espíritos de forma habitual em seu programa de TV. Ao mesmo tempo, a personagem tenta se reconciliar com a filha, Astrid (Ortega), que ainda sofre o falecimento precoce do pai.
Mas quando Astrid descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão dos Maitlands, e o portal para a vida após a morte é acidentalmente aberto. E com ele uma brecha para que o demônio volta ao mundos dos vivos!
O elenco do filme de 1988 está de volta, com Michael Keaton, Winona Ryder e Catherine O’Hara. Somente isso já vai despertar a nostalgia em empatia dos fãs. A história também ganha novos personagens com Justin Theroux, como o interesse romântico de Lydia, Monica Bellucci, como a ex-mulher aterrorizante e sugadora de almas de Beetlejuice, e Willem Dafoe, como um dos investigadores e policiais do submundo.
O filme também carrega tudo que há de interessante na sequência em particular e no trabalho de Burton: há cenas que viajam pelo pitoresco, o gótico, o estranho e também muitas passagens musicais que definiram o clássico do cinema. Os personagens também são bem explorados, embora algumas relações tenham pecado pela superficialidade.
É uma sequência satisfatória e muito esperada, o problema é que ela demorou muito para acontecer. Talvez, o tempo tenha passado até demais. Os interesses mudaram e o cinema, de um modo geral, também. Dito isso, arrisco-me a dizer que se houvesse somente o primeiro filme, ainda sim a experiência estaria completa aos olhos do público. Mas ainda dá para se divertir – e muito – com o retorno de Beetlejuice.