A série criminal é protagonizada por Camila Morgado
Sentença é mais uma grande aposta do Amazon Prime Video em produzir séries nacionais. Estrelada por Camila Morgado, a trama discute o direito à defesa, a realidade do sistema prisional brasileiro e a atuação do crime organizado.
Heloísa é uma advogada criminalista que acredita que todos têm direito à defesa, por pior que tenha sido o crime cometido. A personagem recebe a missão de defender uma mulher que assassinou um policial. Durante o processo, ela tem contato com Zeca, líder de uma facção criminosa que atua de forma poderosa nas prisões. Para comandar o sistema de corrupção, ele conta com a ajuda de sua mulher, Moira.
O Pop Séries! entrevistou o elenco da série sobre a construção de personagens tão profundos.
POP SÉRIES! — Você interpreta um policial na série Impuros e agora atua como chefe do crime. Como é o processo de atuar nos dois lados?
RUI RICARDO DIAZ — Pois é, agora estou do lado oposto. A diferença está na construção. Zeca é mais centrado, tranquilo e estratégico. É um cara que reflete sobre todas as situações. Ele é um personagem que nunca fiz. O desafio não é interpretar um policial e um bandido. É um lugar ardiloso onde está o grande barato na diferença dos personagens.
PS: Como foi o processo de construção da Dinorá, que é uma mãe super protetora, mas acaba se tornando uma mulher temida na cadeia, conhecida como Fritadora?
LENA ROQUE: Existiu um desafio muito grande, porque não eram cenas fáceis. Estava vivendo sempre em uma corda bamba. Tive uma grande rede de proteção da produção e dos atores para que eu levasse a personagem adiante. Existe um suspense que está presente na série e eu pensava em não entregar muitas pistas nas expressões da Dinorá. Ela é uma personagem que não se revela e se preocupa com o que pode ser dito ou não. Além disso, é uma situação que muitas mulheres passam atualmente.
PS: Como é a experiência de interpretar a Moira, que é uma profissional competente, esposa do chefe da facção e uma mãe carinhosa com as filhas? Como você uniu esses três papéis?
HELOISA JORGE: Fui abraçando todas as contradições que apareceram na trajetória dessa mulher. Não quis enquadrá-la. Essa é tendência da cultura do folhetim, em se enquadrar em estereótipos e pegar adjetivos para os personagens. Moira me trouxe esse desafio de abraçar essa tridimensionalidade. É legal poder trabalhar questões opostas. Como atriz, é legal trazer uma humanidade para essa personagem.