No primeiro dia de palestra do Rio Market 2014, os diretores dos canais A&E, Krishna Mahon, Universal, Milton Xavier, Arte 1, Caio Luiz de Carvalho, e a responsável por aquisições do último, Claudia Cortez, falaram sobre a dificuldade de desenvolver programas televisivos 100% nacionais.
“Queremos criar algo de qualidade, que cause satisfação no meu público e o cative”, comentou Xavier. A primeira empreitada da Universal no Brasil é o Cinelab, um reality show sobre uma produtora especializada na criação de efeitos especiais em filmes com um baixo custo. A proposta demorou 18 meses para se concretizar e, além da aprovação da cúpula do canal, necessitou de investimentos da lei de incentivo à cultura.
A mesma dificuldade em atender a demanda do mercado atual é enfrentada pelo A&E e seus afiliados. Mahon conta que O Infiltrado é hoje um dos maiores sucessos do History, mas que o orçamento para o projeto foi extremamente baixo de início. “Para produzir o documentário ‘Verão na Lata’ gastamos cerca de US$ 150 mil dólares em um período que não havia cotas. O reality foi feito com menos de um terço da verba”, revela.
O obstáculo também atingi as emissoras nacionais, como o jovem Arte 1 que completa em 2014 dois anos de existência. “A nossa programação ainda depende muito da Ancine. Sem ela, o orçamento é realmente pequeno para qualquer coisa”, comenta Cortez. Mesmo assim, o desenvolvimento de ideias próprias pode funcionar como um atrativo para os investidores estrangeiros. “É um bom cartão de visita para explicar o motivo de ter um programa nosso na grade”, analisa Mahon que comemora a exportação da série History Drink para o mercado gringo.