Carina Schulze, responsável pelo programa infantil Gaby Estrella, realizou um acordo com Guilherme Del Toro para produzir o filme Book of Life. O autor mexicano é responsável por sucesso como Hellboy (2004) e The Strain (2014-).
Além disso, sua empresa – Chatrone – fechou uma parceria com a Cal Arts de Los Angeles e a Anima para trazer um curso de animação para o Brasil. A ideia é que os profissionais brasileiros tenham mais acesso à inovações e tendências propostas pelo mercado americano.
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A Carina conversou com o Pop Séries! sobre como os bastidores do encontro com Del Toro e comentou sobre a estreia da série Sem Volta, na Record.
POP SÉRIES! – Como a união entre a Chatrone, CAL Arts e Anima pode incentivar talentos no Brasil?
CARINA SCHULZE – Com a nossa parceria, vamos trazer o mesmo currículo da Cal Arts em Los Angeles para algumas escolas aqui no Brasil. Com esta troca e formando talentos que podem ter experiências de trabalho no mercado nacional e internacional – nosso objetivo é também trazer produções internacionais para o Brasil para auxiliar no crescimento do nosso mercado. Eventualmente, teremos cada vez mais talentos formados, e com o número de produções crescendo, mais oportunidades para todos e mais evolução no mercado de animação.
* Sobre o seriado Sem Volta, como foi gravar uma atração que conta com um cenário tão extremo como a Agulha do Diabo?
CS – Foi muito difícil e certamente um dos maiores desafios da minha carreira até agora. Gravamos a série em várias locações externas. Contamos com lugares como Tinguá e Teresópolis. A gravação só foi possível porque foi muito bem organizada e planejada. A série contou com profissionais incríveis na área de efeitos especiais e também com uma equipe de dublês. Os atores fizeram curso de escalada e nós tivemos problemas com chuva, muito calor, deslocamentos grandes e várias cenas com travessias.
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*Por que você acredita que o seriado despertará a atenção do telespectador?
CS – Será cativante e emocionante porque é a primeira série de aventura brasileira e os personagens foram muito bem desenvolvidos, cada um deles tem um arco forte na programa. Portanto, o espectador ficará intrigado com a trajetória humana destes personagens, que foram colocados em uma situação completamente transformadora.
*Como você começou a trabalhar com o Guillermo del Toro?
CS – Junto com o meu sócio Aaron D. Berger e o diretor Jorge Guttierrez – desenvolvemos a história para o longa-metragem Book of Life. A história era linda, inesquecível e a arte arrebatadora. É um trabalho realmente feito com muita paixão e alma. A gente percebeu que o projeto era basicamente uma carta de amor ao México, e não tinha ninguém mais perfeito do que o Guillhermo Del Toro para encabeçar o projeto.
*Como foi a experiência de conhecê-lo?
CS – Lembro do dia que a gente apresentou para o Guillermo. A gente imprimiu uns concepts da arte que eram do tamanho de uma parede. E também fizemos maquetes 3D dos personagens. O vilão pesava mais de vinte quilos e carregava até uma garrafinha de tequila nas costas. O que ninguém me avisou que o Guillermo morava em um MUSEU! Isso mesmo! O cara mora em um museu repleto de vários objetos de cena, estátuas, e outras coisas que ele foi colecionando por aí. O papel de parede do escritório dele é parte do cenário original do Haunted Mansion da Disney!
*Como Guilhermo recebeu o projeto?
CS – Assim que o Jorge começou a falar, o jardineiro do vizinho ligou o cortador de grama e estragou toda a nossa apresentação. A sorte, é que na verdade além dele ser um gênio, ele é muito educado. Ele nos convidou para sala dele – aonde o Jorge terminou de explicar o projeto. O Guillermo ficou maravilhado com a arte também. E, assim que ele começou a falar espanhol com o Jorge, eu sabia que a gente o tinha seduzido. Trabalhar com ele foi sensacional!