Muita gente torceu o nariz quando soube que Vikings teria sua produção coordenada pelo History Channel. Entretanto, o primeiro ano da série mostrou um comprometimento com a ficção sem deixar de lado uma pesquisa história como plano de fundo. A segunda temporada foi, com certeza, uma comprovação disso, aumentando a responsabilidade do canal em entregar episódios bem elaborados e emocionantes.
Vikings: confira um guia completo da série
A trama acompanha a vida do rei viking Ragnar Lothbrok, um homem que foi uma verdadeira lenda nórdica da Escandinávia no século VIII. O personagem do seriado é um fazendeiro jovem que promove ataques a outros povos juntos com sua aldeia e, ao mostrar suas habilidades em batalha, se torna cada vez mais conhecido, poderoso e temido. Ao seu lado sempre estão seus parentes e amigos mais próximos, como Lagertha, a esposa e shieldmaiden (um tipo de mulher guerreira daquela época), o irmão Rollo, o filho Bjorn e o grande amigo Floki.
Confira o promo da segunda temporada de Vikings
A temporada de estreia mostrou o início da ascensão de Ragnar (Travis Fimmel) ao poder, quando ele conseguiu chegar até Northunbria (costa leste da Inglaterra) para um grande saque, utilizando novas técnicas de navegação e barcos especiais feitos por Floki. Os principais conflitos foram centralizados em sua aldeia e com sua família. O protagonista enfrentou a inveja de Rollo e os truques do líder local, Earl Haraldson. Apesar de uma história consistente, o vilão teve momentos oscilantes, com ações nem sempre condizentes com sua posição de chefe. Nem a interpretação do brilhante ator Gabriel Byrne sustentou a importância que o personagem tinha em ser o grande opositor de Ragnar. Com isso, as vitórias do guerreiro adquiriram, de certa forma, um tom menos lendário.
Já na segunda temporada, que terminou de ser exibida há pouco nos EUA, conseguiu se redimir das fraquezas anteriores e mostrou uma trama muito mais dinâmica, introduzindo novos inimigos e aliados. Quatro anos depois da última incursão em direção à Inglaterra, o próprio Ragnar Lothbrok foi levado à diversas tentações e erros em relação ao seu governo e aos dramas familiares. Isso fez com que o herói conseguisse se safar de seus problemas com resoluções mais criativas. Além disso, proporcionou ao espectador uma profundidade nas histórias e nas ações dos personagens na trama.
Ao longo dos episódios, foi apresentado lugares inexplorados como outras aldeias vikings, fortalezas medievais inglesas e até esculturas deixadas pelos antigos Romanos que viveram na região séculos antes. Tudo ficou visualmente mais rico e detalhado, dando a impressão de que a produção do figurino e dos cenários foi feita com mais cuidado depois que a emissora confirmou a renovação da série por mais dois anos.
O que eu aprendi com Ragnar Lothbrok
Outro ponto positivo em Vikings é que ao longo dos episódios podemos ver que todos os personagens, sejam heróis ou vilões, possuem um lado humano que deseja sempre o melhor. Porém, estas intenções nem sempre são alcançadas por causa de seus defeitos. É como se realmente os homens seguissem suas crenças e a partir de certo ponto deixassem a resolução de seus desafios nas mãos de um poder maior. Essa esperança pode ser depositada em deus cristão, nos deuses nórdicos, na sorte ou nos líderes que possuem grandes convicções.
Vikings é uma série que merece ser vista por conta da saga de Ragnar Lothbrok. Com a consolidação da segunda temporada, o terceiro ano da atração tem excelentes chances de juntar, cada vez mais, uma legião de fãs.