Quando Elementary estreou na televisão americana, muitos dos seguidores das histórias de Sherlock levantaram questionamentos sobre as escolhas narrativas adotadas na série. A primeira objeção foi quanto a transformar o fiel companheiro do detetive em mulher (Watson é interpretado por Lucy Liu). O outro estranhamento reside nas modernizações do personagem: Holmes agora é um ex-viciado em drogas que decide se mudar para Nova York.
A versão pouco inusitada da CBS funcionou, principalmente, pela capacidade do protagonista (Jonny Lee Miller) de encantar o público com o seu carisma pouco peculiar. Com métodos contestáveis e pouca habilidade para adaptações, o “Sherlock americano” possui certos atrativos que o distingue do modelo rígido inglês. A começar pelo seu apartamento, onde encontra-se parafernálias tecnológicas, uma coleção de cadeados, substâncias perigosas na cozinha e um bicho de estimação, a tartaruga Clyde, em uma desordem perfeitamente verossímil.
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É fácil perceber como a mudança de continente deixou o personagem mais receptivo às relações humanas. Na segunda temporada, o investigador lidou com o sacrifício do policial Bell para salvar a sua vida, com os planos obscuros do irmão, Mycroft (Rhys Ifans), e com a mudança de Watson. Somado a isso, teve que encarar mais uma vez o amor de sua vida, Irene/Moriarty (Natalie Dormer), que escondia uma estranha obsessão por Joan e também a existência de uma filha. Uma pena que o retorno tenha sido limitado a apenas um episódio, ainda mais quando a personagem possui um extremo potencial para crescer na trama.
Outro trunfo no enredo desta temporada foi a de levar a dupla para uma expedição em Londres. Ao ver o seu antigo apartamento na Baker Street completamente modificado, Sherlock percebeu que a cidade natal não fazia mais parte de sua realidade e abraçou, por completo, o novo destino.
O terceiro ano da atração promete uma nova reviravolta. Com Watson em seu novo apartamento e o irmão afastado de sua vida, Sherlock dá indícios de mais uma recaída. O público, no entanto, ainda não tem pistas de que a filiação do detetive a MI-6 fará parte de seus planos ou se o personagem recorre à velhos hábitos. A única certeza é que este será mais um enigma irresistível a ser decifrado.
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