Quando a Netflix decidiu adaptar a biografia de Sophia Amoruso, Girlboss, para uma série de TV já sabia que a narrativa teria ares controversos.
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Sophia é um dos nomes mais conhecidos da moda americana e conquistou o seu sucesso de maneira criativa – mesmo que, para muitos, com uma conduta questionável. Na história, a protagonista, interpretada por Britt Robertson, não consegue encontrar seu propósito e passa a ter uma vida sem muitas pretensões profissionais.
Sem o apoio dos pais, a personagem começa a vender roupas vintage – que encontra nos brechós de São Francisco – no site eBay. A experiência passa então a ser um projeto de carreira para Sophia, que funda a Nasty Gal. Em alguns anos, a empresa se torna uma das lojas virtuais mais reconhecidas entre as fashionistas.
O principal erro do seriado, no entanto, está em seu recorte. Mesmo que a cada episódio o telespectador seja avisado que a trama se baseia em relatos pessoais da autora sobre os acontecimentos, Girlboss cria uma imagem distorcida da jornada de Sophia.
Sim, a protagonista cresceu por seus próprios méritos. De roubar comida nas lixeiras da cidade, ela passou a comandar o seu próprio negócio – algo realmente almejado entre os jovens da Geração Y. Em seis anos de existência, a Nasty Gal vendeu mais de US$ 100 milhões em produtos, mas em 2016 decretou falência por má administração e responde na justiça por inúmeros processos trabalhistas.
A sua criadora já havia se distanciado no controle da marca para dar mais atenção a sua carreira “pública”, o que culminou na venda do negócio para uma empresa inglesa no começo deste ano. E nenhuma dessas informações está presente na série.
No mais, é divertido acompanhar Britt no papel da jovem problemática e sem papas na língua, além de também presenciar o seu reencontro com Dean Norris (o pai de Sophia na trama), com quem trabalho em Under the Dome.
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