House of Cards levou um grande golpe no final do ano passado. O ator Kevin Spacey – que foi prestigiado como protagonista da série – foi acusado de assédio sexual, assumiu a culpa pelo corrido e foi demitido pela Netflix. Na época, a sexta temporada já estava sendo gravada e o processo foi interrompido para criar uma nova narrativa.
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A saída mais plausível encontrada foi a morte do Frank Underwood, sem que nenhuma nova imagem de Spacey fosse colocada no programa. Além disso, foi decretado o fim da atração com uma temporada de apenas oito episódios. House of Cards não merecia ser vítima desta péssima situação. Foi triste ver a primeira série original da Netflix envolvida na polêmica. Afinal de contas, a atração conquistou tantos fãs e promoveu discussões políticas importantes. Até mesmo rendeu grande reflexões com governos da atualidade. Ou alguém já se esqueceu de que o presidente Michel Temer já foi comparado à Underwood?
A sorte de House of Cards é que ela possui uma atriz que transcende a série. Robin Wright assumiu o comando da narrativa da mesma maneira que a sua personagem passou a ser a presidente dos EUA. O acaso também ajudou, uma vez que o desfecho do quinto ano mostrou Claire ocupando o lugar de seu marido na Casa Branca. A sexta temporada começou com significativas mudanças, mas manteve a sua linha original de intrigas e conspirações.
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Claire se instaurou como uma presidente implacável que não aceitou receber chantagens de seu partido político ou de executivos bilionários. Com grande astúcia, ela elaborou sozinha a derrubada de todos os que ameaçavam a sua presidência. Mais do que isso: promoveu uma discussão sobre o papel da mulher na política e inovou ao ter somente conselheiras em seu gabinete.
A protagonista também rompeu a quarta parede da atuação e passou a conversar com os espectadores. Algumas passagens soaram forçadas demais, deixando seus comentários mais gélidos do irônicos. Spacey tinha um carisma e um sarcasmo muito peculiar nessas cenas de interação com a audiência. Entretanto, nada foi capaz de ofuscar o brilhantismo de Wright.
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Algumas situações intrigantes também foram reservadas, como a gravidez de Claire e o relacionamento dúbio que ela manteve com Doug (Michael Kelly). Aliás, o cão de guarda de Underwood se manteve fiel e até se sacrificou para que a imagem de seu chefe não fosse destruída. No desfecho, a presidente se consagrou como a comandante gélida e destemida que toda audiência esperava ver. O importante é que House of Cards contou com uma excelente produção que não desistiu de entregar um final plausível mesmo diante do caos.