Intelligence parecia ter todos os ingredientes para o sucesso. Primeiro: uma trama envolvente, de espionagem e conspirações. Segundo: um elenco de extremo potencial, composto por Josh Holloway (Lost) e Meghan Ory (Once Upon a Time). Terceiro: um orçamento dos sonhos para qualquer produção televisiva. Então, o que deu errado?
O grande problema do piloto está em seu roteiro. O telespectador até tenta se identificar com o protagonista (papel de Holloway), um agente da inteligência americana que possui um mutação rara, condição que permite a implementação de um chip em seu cérebro. O tema não poderia ser mais contemporâneo, no entanto, a trama parece presa a um modelo ralo, com personagens superficiais.
Logo no primeiro episódio da série, a agente Riley Neal é designada para proteger a vida de Gabriel Vaughn, uma vez que ele é o único ser humano que possui a super inteligência. A relação entre parceiros que dividem a mesma missão, explorada em tantos outros programas como Alias e Arquivo X, é morna e demora para encontrar o seu rumo.
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Somado a isso, falta carisma para que o público realmente queira acompanhar a saga dos dois agentes e não simplesmente tolerá-la. A esperança que Holloway recupere o seu charme e astúcia, que lhe deu a fama em Lost, é um dos motivos que não fazem o telespectador mudar de canal rapidamente. Tirando isso, outras tramas ligadas às organizações secretas americanas são muito mais irresistíveis na programação da concorrência, como The Americans e Homeland.
Intelligence enfrentou quedas de audiência desde a sua estreia e ainda não teve a sua segunda temporada confirmada pela CBS. Se o seriado for capaz de encontrar o seu diferencial, que inevitavelmente reside na evolução tecnológica, ele pode sim ter um futuro promissor. Sem levantar comparações, é sempre gratificante ver Holloway em um outro papel na televisão.
• Por Julia Benvenuto