Lilo & Stitch é, talvez, uma das animações mais amadas da Disney. No movimento do estúdio de resgatar clássicos ou transformá-los em live-action, muita coisa poderia ter dado errado na empreitada.
A trama gira em torno de Lilo Pelekai, uma garotinha havaiana solitária que vive com sua irmã mais velha, Nani, após a morte dos pais. Sua vida muda completamente quando ela adota o que pensa ser um cachorro estranho — que, na verdade, é o experimento 626, uma criatura alienígena geneticamente modificada e altamente destrutiva desenvolvida ilegalmente pelo cientista Dr. Jumba Jookiba.
Batizado por ela de Stitch, o alienígena foge das autoridades galácticas e acaba encontrando em Lilo uma nova chance de viver, descobrindo aos poucos o significado de família — ou, como eles dizem em havaiano, “‘Ohana’ significa família e quer dizer nunca abandonar ou esquecer. A ambientação no Havaí foi escolhida para fugir do padrão de contos de fadas europeus da Disney. A cultura local e os cenários naturais trouxeram um frescor à narrativa e também diversidade aos personagens.
Stitch foi projetado para ser uma criatura indestrutível, com força sobre-humana, alta inteligência, quatro braços, visão noturna, capacidade de sobreviver a qualquer ambiente e instinto de destruição. Ele foi criado para causar caos — literalmente.
O sucesso do desenho foi instantâneo. O filme, que estreou em 2002, conquistou o público e foi indicado ao Oscar de Melhor Animação. Além disso, a história da dupla conquistou o mundo em forma de série de TV com: Lilo & Stitch: The Series (2003–2006), Leroy & Stitch (2006), Stitch! (2008–2011) e Stitch & Ai (2017).
Lilo & Stitch: live-action VS. desenho

Agora, o estúdio aposta em um filme live-action do amado personagem. Lilo & Stitch explora as origens da história, apresentando algumas modificações ao desenho original e que podem não agradar alguns dos fãs. Assim como nas versões anteriores, Stitch é um experimento com alto poder de destruição, que consegue fugir para o planeta Terra. Os habitantes extraterrestre, no entanto, acabaram sendo reduzidos ou modificados nesta versão: com Zach Galifianakis e Billy Magnussen nos papéis hilários do alienígenas que tentam conter a ameaça.
Se a ausência de elementos importantes da história é sentida, o live-action compensa explorando com mais intensidade a relação de Nani (Sydney Agudong) e Lilo (Maia Kealoha). A dificuldade de criar a irmã sozinha, de assumir o papel de mãe, reforça a principal mensagem do filme de que os laços sanguíneos ou de amizade são eternos – e com, certeza emociona.
E, apesar de ser um filme infantil, Lilo & Stitch aborda temas profundos como luto, abandono, adoção e pertencimento, o que o torna emocionalmente complexo e querido por adultos também.
Há também diversas referências aos desenhos, o que guarda e essência do pequeno ET azul, destruidor, mas doce e brincalhão. Stitch continua aventureiro, desbravando o surf, e ainda é fã do Rei do Rock. Várias músicas de Elvis são usadas nos filmes e séries, como Burning Love e Suspicious Minds.
O final do longa-metragem também abre portas para uma continuação, o que dado o sucesso do personagem ao longo dos anos é quase certo de acontecer. Material para novas histórias é o que não falta: Lilo está crescendo, Stitch tem agora uma família e novas ameaças podem sim aparecer. Durante a série animada outros 625 experimentos são apresentados ao público — cada um com habilidades únicas e com a possibilidade de causar uma devastação na Terra.
Vale lembrar que a Disney está investindo em continuações de outros sucessos de seu catálogo, inclusive da Pixar, como Toy Story, Era do Gelo e Os Incríveis. Então, dificilmente, está será a última aparição do personagem nas telas do cinema.