Documentário revela os bastidores da comédia de Ryan Murphy
• Por Julia Benvenuto
Em 2009, estreava uma das séries percursoras do gênero musical na TV. Criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, Glee era ambientada fictícia escola William McKinley High School e seguia um grupo desajustado de estudantes que se juntam ao coral do colégio, intitulado New Directions.
Rachel Berry (Lea Michele), uma jovem talentosa e ambiciosa, e Finn Hudson (Cory Monteith), um popular jogador de futebol americano, ao lado de outros estudantes, como Kurt Hummel (Chris Colfer), Mercedes Jones (Amber Riley), Artie Abrams (Kevin McHale) e Tina Cohen-Chang (Jenna Ushkowitz), passam a participar de competições de corais.
Ao longo das seis temporadas, a série abordou temas importantes como inclusão, aceitação, bullying, diversidade, sexualidade, relacionamentos e amizade. Cada episódio de Glee apresenta performances musicais de sucesso, que iam desde clássicos do pop até músicas contemporâneas.
Durante sua exibição, o seriado conquistou uma grande base de fãs e recebeu vários prêmios, incluindo o Globo de Ouro de Melhor Série de Comédia ou Musical. Também contou com participações especiais de artistas famosos, como Britney Spears, Gwyneth Paltrow e Neil Patrick Harris.
Glee deixou um legado duradouro como uma série musical icônica, no entanto também ficou conhecida pelas mortes trágicas de três de seus integrantes.
Morte de Cory Monteith
A morte precoce de Cory Monteith chocou o mundo. E como não? O ator de 31 anos, que vinha lutando contra o vício desde a adolescência, teve um deslize, o qual acabou lhe custando a vida.
De acordo com autópsia realizada no Canadá, o falecimento não passou de uma trágico acidente. A overdose não intencional – de heroína e álcool – do astro de Glee trouxe um sentimento luto familiar e, principalmente, a sensação de quanto é frustrante perder um ídolo inesperadamente.
Nos últimos anos, as drogas foram responsáveis pela morte de Heath Ledger, Corey Haim e River Phoenix, todos jovens talentosos no ápice de suas carreiras. Mas a ausência de Cory será sentida de uma forma diferente. Finn Hudson estava intimamente ligado ao telespectador teen, que ainda não presenciou grandes tragédias no decorrer de sua vida. Glee já abordou assuntos polêmicos, como a violência doméstica, o alcoolismo a presença de armas nas escolas americanas. No entanto, nunca tocou com profundidade no falecimento de um ente querido.
O passado com as drogas do ator só foi reconhecido pelo público após o sucesso da série. O divórcio conturbado dos pais o levou a uma clínica de reabilitação, pela primeira vez, aos 19 anos. Neste ano, durante a gravação da quarta temporada de Glee, Cory decidiu internar-se voluntariamente. A atitude contou com o apoio dos colegas, familiares e da namorada Lea Michele, também parceira de trabalho.
Tudo parecia bem. Após ser liberado do tratamento, Cory viajou e fez aparições em eventos de caridade com Lea. A declaração que havia dado, em 2011, à revista Parede parecia estar longe de se concretizar. “Tenho sorte de estar vivo”, disse na época. Mas o vício ressurgiu e o destino pareceu inevitável.
Glee: O Preço da Fama
A série documental (The Price Of Glee), que estreia em 19 de maio nos streamings da HBO Max e do Discovery+, revela os bastidores da atração, a ascensão do elenco, os diversos escândalos, repercussões negativas na imprensa e tragédias fatais. Será que os jovens atores estavam prontos para a fama?
“Glee foi um fenômeno cultural único de uma geração que enfrentou com coragem as convenções sociais e provocou debates sobre sexualidade, raça, deficiência e família. Os episódios semanais, cheios de música, alegraram muita gente, mas não conseguiram escapar do universo sombrio de Hollywood e do frenesi das nascentes redes sociais”, disse Jason Sarlanis, presidente de Conteúdo Investigativo e de Crimes Reais para TV Linear e Streaming, em comunicado à imprensa.
A intenção é mostrar ao público a vida dos integrantes do elenco dentro e fora do set de filmagem, por meio de entrevistas inéditas com parentes, amigos e profissionais que trabalhavam na produção, como cenógrafos, cabeleireiros, estilistas, publicitários e jornalistas do setor de entretenimento.
Entrevistas com pessoas próximas a Cory Monteith (Finn Hudson) abordam a ascensão internacional do ator e suas angústias, que culminaram com a sua morte por overdose aos 31 anos, em um hotel na Colúmbia Britânica, Canadá.
Outra tragédia envolve o nome de Mark Salling (Puck). Ele foi condenado por possuir pornografia infantil, o que levou o ator a cometer suicídio aos 35 anos.
Anos mais tarde, em 2020, a atriz Naya Rivera morreu de modo misterioso e assustador por afogamento acidental em um lago, na Califórnia, nos Estados Unidos. Ela tentava salvar o filho, que tinha sido levado por uma correnteza.
É importante destacar que essas tragédias foram eventos individuais e não estão relacionadas entre si ou à série. Cada um desses atores enfrentou batalhas pessoais e desafios, que infelizmente resultaram em perdas prematuras. Suas mortes deixaram um vazio na indústria do entretenimento e entre os fãs de Glee.
Enquanto nos lembramos de Cory Monteith, Mark Salling e Naya Rivera, também é importante destacar os momentos de alegria, inspiração e diversão que eles trouxeram para os seus personagens: Finn, Puck e Santana, respectivamente.