Com uma temática sombria e um cenário autêntico inspirado na era vitoriana, Penny Dreadful apostou em uma trama audaciosa para a televisão.
A série produzida pelo canal Showtime (no Brasil, transmitida pela HBO) encerrou inesperadamente em sua terceira temporada. O criador, John Logan, justificou a decisão do final dizendo que este era o seu plano desde o início e que o destino de Vanessa Ives (Eva Green) reforçou o cancelamento.
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Nos primeiros episódios da temporada, a protagonista se viu completamente isolada de seus entes queridos e do mundo. Após encontrar Mina e lutar contra as bruxas que tentavam seduzir a sua alma para Lúcifer, Vanessa perdeu Ethan (Josh Hartnett) para os EUA. Atormentado pelo seu passado, o personagem tentou encerrar seus conflitos familiares bem longe da amada, para descobrir que a sua ausência quase significou o fim do mundo.
Isso porque, Drácula se aproveitou da situação para seduzir e levar Vanessa para o lado sombrio. Logan sempre defendeu que o seriado explora os limites entre a bondade e a maldade do ser humano. Nenhum personagem toma decisões coerentes e nem tudo em Penny Dreadful é preto no branco. Vanessa não escapou deste dilema. Encurralada, ela decidiu aceitar a proposta do vampiro imortal e foi responsável por instaurar o apocalipse.
Sir. Malcolm Murray não conseguiu impedir a ação de Drácula e, no fim, Ethan teve que tirar a vida de seu grande amor para salvar a Terra. O fim trágico perseguiu os outros personagens da trama: John Clare viu o filho morrer e perdeu a sua única amiga, Lily não conseguiu concluir a sua vingança, Dorian foi abandonado e Victor percebeu que brincar com a vida é um jogo muito arriscado.
Mesmo que o cancelamento tenha chocado os fãs, a decisão foi extremamente sábia e ponderada. Afinal, terminar a história quando ela está no topo é uma decisão para corajosos. O sacrifício de Vanessa – e seu inevitável encontro com Deus – deu o tom melancólico que Penny Dreadful precisa para encerrar a sua saga.