O lendário herói da Floresta de Sherwood está de volta em uma roupagem épica e historicamente fundamentada. O MGM+ lança Robin Hood, produção que promete mergulhar nas raízes do mito, mostrando a jornada de um jovem que perde tudo e se transforma no ícone da resistência.
A origem da lenda: de nobre a fora da lei
A série (de 10 episódios) se propõe a mostrar a origem da lenda de Robert Locksley, ou Rob, quando ainda era um jovem com status e posses.
A trama é ambientada no turbulento período após a conquista do território inglês pelos normandos, um cenário de opressão onde os saxões, povo de Rob, são subjugados e tratados como estrangeiros em sua própria terra. É nesse contexto político e socialmente tenso que o jovem Rob perde sua posição social, sendo forçado a viver na floresta.
O primeiro episódio da série é crucial, acompanhando o protagonista de sua adolescência até a vida adulta, culminando no momento dramático da morte de seu pai. Hugh Locksley, pai de Rob, é um guarda-florestal saxão que se recusa a aceitar os abusos, sendo acusado de assassinato e executado. Este evento é o catalisador que transforma o luto em propósito, forçando Rob a abandonar sua identidade e iniciar sua jornada como Robin Hood, um ato político de rebelião.
Com uma trama que mistura o mito clássico com uma vibe de época realista e um toque da tensão política e grandiosidade narrativa de produções como Game of Thrones, a série foca em autenticidade histórica e profundidade psicológica.
Enquanto Rob (interpretado por Jack Patten) ascende como o líder de um bando de rebeldes foragidos, a sua amada Marian (Lauren McQueen) se infiltra no poder da corte, atuando nos bastidores para desestabilizar a corrupção de dentro. A relação de Rob, filho de um saxão, e Marian, filha de um lorde normando, intensifica o drama de Romeu e Julieta da história.
Séries medievais: tramas de romance, magia e poder
A série acerta ao focar na política do século XII, transformando Robin Hood de um galante aventureiro em um herói de origem humilde e forçado à rebelião. A cinematografia tem seu realismo e a atuação de Jack Patten confere ao protagonista a profundidade psicológica necessária, evitando a fantasia demasiada e abraçando a brutalidade da época. É uma leitura mais corajosa e adulta da lenda em anos, conseguindo equilibrar a fidelidade ao mito com uma narrativa densa e contemporânea. No entanto, pode decepcionar um pouco os amantes do gênero de fantasia que almejam grandes batalhas e efeitos especiais.
Elenco de Robin Hood tem nomes conhecidos
O elenco de peso reforça o tom épico da série, com Sean Bean (conhecido por Game of Thrones) no papel do implacável Xerife de Nottingham, descrito como um antagonista complexo, e Connie Nielsen (Gladiador) como a Rainha Elanor da Aquitânia, figura histórica de grande poder. A série intencionalmente utiliza o conflito entre o povo conquistado (saxões) e os governantes (normandos) como seu principal motor dramático, adicionando uma camada de profundidade política.
Robin Hood é uma produção da Lionsgate Television, com as filmagens principais ocorrendo na Sérvia, aproveitando suas paisagens densas para conferir uma autenticidade visual. A direção criativa está nas mãos de John Glenn, conhecido por seu trabalho como showrunner em séries de ação como SEAL Team.
Vale ressaltar que Glenn e o produtor Jonathan English buscaram uma abordagem “realmente fundamentada” e “humana” para a lenda. O objetivo é criar um herói imperfeito, moldado pela tragédia (a perda do pai) e pela opressão, o que o torna um símbolo universal de perseverança e luta de classes.
Os dois primeiros episódios da produção conseguem honrar as últimas versões cinematográficas da história (como a de 2010 e a de 2018), por sua qualidade técnica, atuações competentes e a maneira inteligente de dar uma nova roupagem ao personagem, focando no contexto histórico e na vida psicológica do protagonista.
15 séries de época para uma maratona inesquecível
Os capítulos restantes serão lançados semanalmente, sempre aos domingos, até o final da temporada, previsto para o dia 28 de dezembro. A produção é mais um dos projetos originais do catálogo do MGM+, como a renovada O Instituto e Billy the Kid.
