A série sul-coreana Round 6, fenômeno global da Netflix, encerrou sua terceira temporada em 27 de junho com um desfecho sombrio, violento e emocionalmente devastador. Após conquistar o público com sua crítica social afiada e seu suspense mortal, a produção se despede com promessas de que o jogo pode continuar em outras formas e locais.
Round 6 terminou com um adeus sangrento
A terceira temporada retoma exatamente após o final do segundo ano, com Seong Gi-hun (Lee Jung-jae), o icônico Jogador 456, em seu momento mais vulnerável. Forçado a retornar ao jogo por motivações pessoais e morais, Gi-hun é novamente confrontado com decisões impossíveis em jogos ainda mais letais. Os desafios, agora em escala internacional, são mais sofisticados, cruéis e intensamente psicológicos, exigindo dos participantes não apenas resistência física, mas também uma resiliência emocional.
A narrativa mergulha ainda mais fundo no colapso da humanidade diante da ganância e do desespero. No final, Gi-hun é levado ao limite, sendo forçado a sacrificar a todos, inclusive a si mesmo, pela chance de sobrevivência da bebê da Jogadora 222 (a única ganhadora dos jogos). Seu gesto final se transforma em símbolo de redenção e crítica ao sistema que alimenta os jogos macabros.

Possibilidade de spin-off: uma nova história pode estar em desenvolvimento
Apesar do fim declarado da série principal, o criador não descarta a expansão do universo de Round 6. Na última cena da terceira temporada, um momento sutil porém impactante sugere que os jogos continuam fora da Coreia do Sul.
In-ho (Lee Byung-hun), o enigmático Líder, testemunha uma nova rodada de recrutamento nos Estados Unidos — com direito a uma aparição surpresa da atriz Cate Blanchett como a recrutadora. A cena, ambientada em Los Angeles, sugere que o conceito dos jogos foi internacionalizado, levantando possibilidades para uma nova abordagem narrativa.
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Hwang Dong-hyuk, em entrevista ao Entertainment Weekly, afirmou: “Tenho pensado em um possível spin-off, talvez centrado no período de três anos entre a primeira e a segunda temporada, mostrando o que os recrutadores faziam fora da arena”. Embora o diretor tenha negado que essa cena final tenha sido feita com o objetivo explícito de iniciar um derivado, o potencial narrativo é evidente. A Netflix ainda não confirmou oficialmente a produção de um novo projeto.
Dong-hyuk também revelou estar emocionalmente esgotado após o sucesso estrondoso da produção. A pressão de comandar a maior série da história do streaming cobrou um preço alto do cineasta, que agora busca retomar sua carreira no cinema autoral sul-coreano, onde iniciou sua trajetória.
Em diversas entrevistas, ele reforçou que sempre imaginou Round 6 como uma história com começo, meio e fim — uma alegoria fechada sobre desigualdade e decadência moral da sociedade contemporânea.
Desde sua estreia em 2021, a série redefiniu os parâmetros do sucesso em streaming. Combinando violência estilizada, crítica sociopolítica e suspense psicológico, Round 6 acumulou recordes e se tornou a terceira temporada de TV mais assistida da história da Netflix, com mais de 192,6 milhões de visualizações na segunda temporada.
O impacto cultural ultrapassou as fronteiras da Coreia do Sul: memes, fantasias, jogos inspirados na série e até adaptações em programas de competição ao redor do mundo consolidaram a marca no imaginário coletivo global.
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Teorias sobre uma continuação
Após a exibição da terceira temporada, novas perguntas surgiram: a bebê da jogadora 222 será o símbolo de uma nova resistência? Os jogos realmente acabaram ou apenas mudaram de cenário? In-ho, agora desacreditado, terá algum papel futuro como mentor ou opositor?
Essas e outras teorias movimentam redes sociais e fóruns especializados, indicando que o legado de Round 6 ainda está longe de ser esquecido.