Série estreia no dia 25 de junho no Amazon Prime Video
Solos, que estreia nesta sexta-feira no Amazon Prime Video, é uma série que mostra como o futuro pode suprir necessidades, mas nem sempre consegue lidar com a complexidade da vida.
Os sete episódios da série antológica apresentam personagens que, mesmo durante nossos momentos aparentemente mais solitários, nas mais diferentes circunstâncias, estamos todos juntos e compartilhando o que significa ser humano.
Para começar, não espere que Solos tenha a pretensão de ser concorrente de Black Mirror, com reviravoltas que irão explodir a sua cabeça. O propósito da série é explorar os dilemas que vivemos ou teremos que enfrentar nas próximas décadas e gerar uma reflexão sobre a humanidade.
O grande atrativo de Solos é um elenco renomado que apresenta atuações brilhantes e cheias de expressividade, seja pela gentileza de Helen Mirren ou a vivacidade de Uzo Aduba. Além disso, Morgan Freeman e Anne Hathaway marcam presença com narrativas muito bem construídas.
As histórias apresentam diversos temas como: o uso da tecnologia para suprir o afeto após a morte e a criação de um sistema que recupera a memória de quem tem Alzheimer.
Depois das mudanças provocadas pela Covid-19, o conto protagonizado por Uzu Aduba pode ser muito bem assimilado pelo espectador. Sasha vive há 20 anos em quarentena, mesmo após um vírus letal ser controlado. A personagem possui uma paranoia que a afasta de qualquer contato físico e somente conversa com um assistente virtual. O grande questionamento levantado é o quanto a saúde mental é abalada por pandemias ao ponto de não enxergar a realidade. Uma vez que a ameaça tenha sido dizimada, vale a pena viver por duas décadas isoladas pelo pavor da morte? Qual é o sentido de ter uma vida como essa?
Uzu Aduba interpreta mulher que desenvolve paranoia com a pandemia
Ao mesmo tempo, Peg (Helen) faz uma análise de sua vida após participar de uma viagem solitária e sem volta ao universo. O príncipe motivo? Ter uma aventura aos 71 anos, após passar sua trajetória querendo ser invisível na sociedade. Durante o trajeto, ela compartilha memórias de sua juventude e a história do seu primeiro amor. Peg percebe o quanto teve medo em não se arriscar. Entretanto, ela enfatiza que a apesar da sua idade é permitido amar, dançar e viver. Ao longo do episódio, a personagem questiona porque foi escolhida para o projeto. O desfecho torna-se triste ao perceber que ela está na nave porque ninguém na Terra irá sentir a sua falta.
A atração também contou com um terror sci-fi que trouxe um bom dinamismo. Nera (Nicole Beharie) é uma mulher grávida e solteira que mora em uma distante cabana. Após dar à luz, descobre que seu filho cresce a cada momento e ameaça assassiná-la com uma faca. A protagonista passa a entreter a criança com o conto de sua trágica vida. Jogada no lixo pelos pais, a protagonista vê num experimento a chance de ter uma família. Por isso, mesmo que o médico a mande matar seu filho pelo fato que o resultado foi negativo, ela não consegue se libertar da única conexão amorosa que construiu.
Dom: série nacional explora relação entre pai e filho no mundo das drogas
Gravada durante na pandemia, os capítulos são apresentados como monólogos (com exceção do último episódio). Apesar de ter apenas 30 minutos de duração, algumas histórias podem se tornar cansativas por conta dos longos diálogos, mas nada que apague o brilho da atração.
