Under the Dome: dramas familiares marcam trama do segundo ano

Baseada no livro de Stephen King, Under the Dome sempre teve um certo suspense atípico as sagas de ficção científica. A história emprega elementos essenciais para um bom mistério: um anti-herói irresistível, uma força sobre-humana que comanda o destino e uma sequência de assassinatos aleatórios. Adicione a essa mistura um político lunático com uma obsessão inesgotável pelo poder. Com isso, fica quase impossível desviar os olhos da tela.

O segundo ano da atração contou com a supervisão do autor, que assinou o roteiro do primeiro episódio e não poupo de uma morte trágica a xerife Linda e a adolescente Angie (Britt Robertson). Para quem leu a obra de King, o assassinato da jovem não é uma surpresa. Junior em uma crise de ciúme a mata nos livros, mas na série o crime é executado pelo tio do personagem, Sam (Eddie Cahill). A mudança do eixo narrativo cria uma nova dinâmica na trama e consegue quebrar a estrutura convencional amparada na luta do bem x mal. Nenhum dos habitantes de Chester’s Mill são definidos por suas ações isoladas. A necessidade pela sobrevivência, na maioria das vezes, acaba por justificar os atos desesperados.

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O que fazer quando a comida e os outros recursos escassos não podem suprir toda a população? Como escolher quem vive ou não? Essas perguntas levam o telespectador a pensar sobre a sua própria conduta em situações extremas. Big Jim (Dean Norris) é a personificação deste dilema. Ele é capaz de matar sem culpa para esconder os seus segredos ou tentar salvar a mulher – sim, a mãe de Junior está viva – , no entanto não consegue liberar um vírus que reduziria a população da cidade pela metade. Os limites entre o certo e errado estão em uma simples questão de perspectiva para o personagem que perde o controle de seus atos por definitivo ao término do último capítulo do ano.

Na trama, Melaine funciona como uma ponte para a descoberta do passado de Barbie

Elenco de Under the Dome participa da Comic-Con 2014

De certa forma, a segunda temporada da série serviu para trazer algumas pistas sobre o objetivo do domo. Quando a barreira extraterrestre mostra a sua força – com chuvas ácidas, terremotos, mudanças climáticas e furacões -, o instinto de fugir da situação é a primeira opção que vem à mente dos moradores locais. Julia (Rachelle Lefevre) é a única que mantém a esperança nas boas intenções do domo e, por esse motivo, é a escolhida para proteger o ovo.

Para Barbie (Mike Vogel) acreditar na tese da namorada, muitas coisas tiveram que acontecer. A meia irmã Melanie, morta há anos, ressurge do além em busca de uma conexão com a família. O ex-soldado consegue escapar da barreira para descobrir, em uma viagem à cidade natal, que deve retornar ao aprisionamento. Como em toda saga do anti-herói, ele também é o escolhido para conduzir os sobreviventes aos planos do domo. Talvez, a maior dica para resolver o mistério esteja nos últimos minutos do episódio final do ano: em meio a um labirinto rochoso, Melanie aparece com a seguinte mensagem “É hora de voltar para casa.” Será que ela se refere a um mundo diferente da Terra?

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