A mágica sempre exerceu um fascínio irresistível no público, transformando o impossível em um espetáculo de pura adrenalina e mistério (isso não é exceção em Truque de Mestre).
De Houdini, que desafiava a morte com seus escapismos, ao nosso carismático Mr. M no Brasil, os ilusionistas são mestres em apelar para a nossa imaginação. É com essa mesma nostalgia da grande ilusão que Truque de Mestre – O 3º Ato chega aos cinemas em 13 de novembro, tentando reacender a chama do sucesso do primeiro filme da franquia.
Um feitiço que não se repete
Apesar do carisma inegável de seus protagonistas, a nova aventura, dirigida por Ruben Fleischer (Venom, Zumbilândia), está, infelizmente, muito longe do encantamento original. O primeiro Truque de Mestre (2013) nos pegou de surpresa, entregando reviravoltas genuinamente chocantes. Aqui, a fórmula é repetida, mas com o frescor dissipado. O novo truque, que envolve a joia mais valiosa do mundo, parece mais uma desculpa para reunir os personagens do que um desafio criativo. A produção apela para a memória afetiva do público, mas não consegue superar a sombra do ato inaugural.
Séries medievais: tramas de romance, magia e poder
Depois de quase dez anos de separação e com o grupo original praticamente desaparecido dos holofotes, os Quatro Cavaleiros são reunidos por um misterioso chamado do Olho, a sociedade secreta de ilusionistas. O retorno, que não é exatamente harmonioso, traz de volta J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco) e Henley Reeves (Isla Fisher), que havia se ausentado do segundo filme.
A missão, desta vez, é derrubar a poderosa e cruel magnata dos diamantes, Veronika Vanderberg (Rosamund Pike). Veronika não é apenas uma empresária rica; ela é a chefe de um império que lava dinheiro de grupos armados e criminosos por meio da exploração de minas de pedras preciosas. Para cumprir o objetivo, que envolve roubar o inestimável “Coração de Diamante”, os Cavaleiros precisam se aliar a um trio mais jovem e hipster de ilusionistas de rua, criando uma tensa, mas necessária colaboração entre a velha e a nova guarda da mágica.

O elenco é um espetáculo a parte em Truque de Mestre
O que salva e torna a ida ao cinema é, sem dúvida, o reencontro dos personagens originais. É ótimo ver novamente o quarteto central: Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco e, para a alegria dos fãs, Isla Fisher volta ao time feminino, trazendo uma dinâmica importante que faltou na sequência anterior. As novas adições ao elenco, como Ariana Greenblatt, Dominic Sessa e Justice Smith, injetam uma energia nova, mas eles acabam “roubando” o tempo de tela dos atores originais com a sua dinâmica complicada e única . E, claro, a presença de Morgan Freeman como Thaddeus Bradley continua a ser um pilar de peso e mistério na trama.
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Apesar dos clichês e da sensação de déjà vu, o filme se esforça para cumprir a promessa de uma boa sessão de entretenimento. A ação é bem coreografada, e a direção de Fleischer garante um ritmo acelerado. O terceiro ato da franquia se apoia na sua cartada final: uma surpresa no desfecho da trama e o retorno de um personagem já conhecido da franquia. É um truque tardio, mas que pode satisfazer quem busca apenas diversão descompromissada e ama uma boa reviravolta no último minuto.
Meu veredito: vale o ingresso para quem já é fã e quer acompanhar o destino dos Cavaleiros, mesmo sabendo que a mágica não é mais tão espetacular.