Para alguns fãs da franquia Breaking Bad, este foi um dos momentos mais aguardados de todos dos tempos. Desde do início, a premissa do spin-off Better Call Saul foi mostrar a origem do advogado fanfarrão que atendia pelo nome de Saul Goodman. Afinal de contas, quem era aquele homem que vestia ternos chamativos, tinha slogans convincentes e se tornou um grande aliado de Walter White e Jesse Pinkman?
Depois de quatro temporadas expondo a essência de Jimmy McGill, os novos episódios se concentraram na transformação do protagonista em Saul Goodman (Bob Odenkirk). E para o deleite dos fanáticos pelo seriado, o resultado foi arrebatador! E tudo começa pelo significado de seu nome: ‘It’s all good, man!’ (Está tudo bem, cara!)
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Há quem diga que os criadores do programa – Vince Gilligan e Peter Gould – demoraram demais para iniciar a saga de Saul no seriado, prolongando o destrutivo relacionamento com seu irmão Chuck, ou ainda criando alguns arcos narrativos desnecessários para que o número de temporadas aumentassem.
A verdade é que a série foi construída com uma precisão cirúrgica. Todos os acontecimentos moldaram atitudes, expuseram caracteres e elevaram limites do comportamento não só de Jimmy, mas também de personagens essenciais como Kim. Ambos foram navegando em uma linha tênue, entre a boa conduta, o mau-caratismo e a falta de culpa. E a quinta temporada mostrou que nenhum deles estava mais disposto a ter uma vida banal.
O que agregou para a trama – sem dúvida alguma – foi o fato de Kim (Rhea Seehorn) acompanhar Jimmy nessa mudança. E até mesmo chocá-lo no season finale ao propor um golpe para arruinar a carreira de Howard. E mais: apesar dela ter se assustado com o envolvimento do protagonista com o cartel, ela conseguiu salvá-lo de uma conversa ameaçadora com Lalo. Kim não precisou mudar de nome para provar que é a alma gêmea de Saul.
Kim (Rhea Seehorn) não precisou mudar de nome para provar que é a alma gêmea de Saul (Bob Odenkirk)
Além disso, o trunfo da franquia deve-se ao brilhantismo da construção dos arcos narrativos. Better Call Saul não é somente centrado em Saul. O programa mostra diversos alicerces que são fundamentais para entender a narrativa de Breaking Bad. Isto fica muito claro quando a atração aborda a guerra do narcotráfico entre Gus Fring (Giancarlo Esposito) e a família Salamanca. Foi possível ver mais detalhes sobre vida do dono Los Pollos Hermanos e – principalmente – conhecer algumas derrotas que o personagem habilidosamente tentou reverter em vitórias. Claro que a frieza de Gus é mais do que conhecida, mas vê-lo colocar fogo em seu próprio estabelecimento foi um ponto marcante da temporada.
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Há também o fato de que as relações entre os personagens que fazem parte de Breaking Bad foram ficando mais estreitas. O público pode conferir como Mike (Jonathan Banks) se tornou o braço direito de Gus e também se deliciou com a aventura de Saul no deserto ao trabalhar para um cartel pela primeira vez. Ali foi estabelecido uma aliança com Mike que não será mais destruída.
Rever personagens conhecidos de Breaking Bad também faz a alegria de qualquer apaixonado pela série de Heisenberg. Porém, a maneira com que Gilligan e Gould fazem essa inserção é genial. Tudo é realizado de forma orgânica e favorece o andamento da história, mesmo que isso não agrade os fãs que desejam momentos explosivos ou reviravoltas marcantes. Better Call Saul também tem o seu próprio tempo de caminhar. Neste ano, o espectador teve o privilégio de matar as saudades dos detetives do DEA, Hank Schrader (Dean Norris) e Steven Gomez.
Agora, a série caminha para a sexta e última temporada com grandes questões, principalmente em relação ao futuro de Kim. Já que a personagem não é vista em Breaking Bad, as apostas é que ela não sobreviva até o final do seriado. Será que Saul carrega uma grande perda em sua vida?
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Há também grandes expectativas no que diz respeito aos flash-forwards que vemos sobre a atual vida de Saul Goodman. Na timeline futura, o protagonista decide abandonar os seus disfarces e correr riscos novamente. Alguém aí já vislumbrou um novo filme da franquia, nos moldes de El Caminho, para exibir mais um capítulo da vida do advogado? Não seria uma má ideia!
