Produção tem Tom Hardy, Jodie Comer e Austin Butler no elenco
A história de um grupo de motoqueiros que conquista diversos seguidores em cidades americanas tem inspiração na realidade, mas Clube dos Vândalos vai além do já conhecemos sobre o assunto.
A trama segue a jornada de um clube de motoqueiros do centro-oeste americano, conhecidos como os Vândalos, e liderados por Johnny (Tom Hardy). Inicialmente pacífico, a organização passa por muitas mudanças ao longo dos anos e torna-se uma das gangue mais temidas do país.
É claro que a premissa lembra muito os Hells Angels, um dos motoclubes mais conhecidos e controversos do mundo. Fundado em 1948 na Califórnia, ele eram reconhecidos por sua reputação de violência e ilegalidade, envolvendo-se em atividades criminosas como tráfico de drogas e armas, além de confrontos com a lei e outras gangues. Eles tinham uma estrutura única, que mantinha uma rede de segredos e códigos internos e que reforçava a lealdade e o sigilo dentro da organização. A fama ruim era tão grande que até hoje a marca Harley-Davidson é associada ao grupo de foras da lei.
O longa-metragem, ambientado na década de 1960, é narrado por Jodie Comer, que conta a um repórter o que aconteceu com os líderes e integrantes dos Vândalos após o seu declínio. Com uma mistura de cenas em tempo presente e flashbacks, o público é convidado a desvendar o quebra-cabeça da jornada do grupo. O roteiro é inspirado no livro de fotografia homônimo do cineasta Danny Lyon, que acompanhou um grupo de motoqueiros em suas aventuras pelas rodovias americanas.
Logo nas primeiras cenas, somos apresentados a Benny (Austin Butler), com quem Kathy (papel de Jodie) tem um relacionamento amoroso e que é o fio condutor de toda a narrativa. Muito diferente de Johnny, que tem uma família e um sonho, o personagem leva a sua vida livre de preocupações e apenas busca por um local de pertencimento, assim como quase todos integrantes. Eles aperfeiçoam as suas motos, rodam por Chicago em bando, são desordeiros, bêbedos, ou melhor vândalos, mas não tem uma inclinação para violência.
Quando tais momentos acontecem no filme são, como Kathy diz, decorrentes de regras bobas e inventadas por eles próprios, como por exemplo, desafiar a hierarquia da organização por meio de um duelo (o que chega a ser cômico aos olhos do público). Tirando isso, os Vândalos não passam de um grupo de desajustados reunidos pela paixão de andar de motocicleta. No entanto, o sonho se transforma em pesadelo quando uma tomada repentina de poder transforma o grupo, antes pequeno, em uma gangue violenta e perigosa.
Tom Hardy, assim como Norman Reedus, estão perfeitos em seus papéis. Afinal, pilotar uma moto é algo que está na essência dos atores – Norman praticamente fez isso em todas as temporadas de The Walking Dead. Austin Butler também convence, embora esta (com certeza) não seja a sua melhor atuação na telas. Em um mundo tão hostil e masculinizado, quem brilha mesmo é Jodie Comer. É pelos olhos inocentes e assustados de Kathy que o público conhece os Vândalos, envolve-se com eles e fica decepcionado em ver o seu fim.
No fim, Clube dos Vândalos é uma jornada de pertencimento, redenção e esperança, uma roadtrip que agrada até quem nunca andou sobre duas rodas.
O filme estreia em 20 de junho nos cinemas.