Sem dúvida alguma, a quarta temporada de The Crown foi muito aguardada pelos fãs da série. Desde a estreia do programa, o público estava ansioso pela entrada da Princesa Diana na trama. A grande questão era saber como os produtores iriam abordar um dos momentos mais polêmicos da história da Família Real Britânica. E o resultado foi extraordinário!
The Crown sempre obteve popularidade e boas críticas por conta de sua contextualização histórica e do cuidado em sua adaptação. Isso somado a uma boa escolha do elenco, que consegue capturar com maestria a essência dos membros da realeza.
Para o quarto ano, os produtores decidiram destacar o conturbado relacionamento entre o Príncipe Charles e Diana. É notório que em alguns episódios, a Rainha (Olivia Colman) tornou-se coadjuvante na narrativa, mesmo que tudo estivesse baseado e envolvido em seu poder como monarca. Diana ganhou o palco para mostrar o seu trágico conto de fadas. Além disso, a chegada de Margaret Thatcher trouxe um novo desafio ao reinado de Elizabeth. Juntas, as duas novas personagens fizeram a temporada ser incrível.
Ao interpretar Thatcher, Gillian Anderson elevou o programa a um novo patamar. A atriz foi brilhante nas cenas divididas com Coleman, em suas personagens tentaram impor suas diferentes perspectivas e expuseram os seus preconceitos. De um lado, a primeira-ministra mostrou seu patriotismo e persistência ao promover uma transformação econômica do Reino Unido. Porém, tudo veio acompanhado de uma frieza e um autocontrole implacável. A Rainha, por sua vez, mostrou uma faceta mais cordial ao defender questões humanitárias, como o fim do Apartheid, mesmo que isso não trouxesse um grande retorno direto ao seu país.
Gillian Anderson elevou o patamar do programa ao interpretar Margaret Thatcher
Já Emma Corrin, foi a grande surpresa da atração. Não é uma missão fácil viver uma personalidade tão amada mundialmente como Diana, mas a atriz cumpriu seu papel com determinação. A trama foi realista (até onde se tem conhecimento público) ao retratar a trajetória de Diana como Princesa de Gales, inclusive mostrando seu sofrimento com a bulimia. Corrin conseguiu captar a ternura, a timidez e a vunerabilidade de uma jovem que é envolvida em uma montanha-russa de experiências árduas. O interessante é perceber que o programa não julgou ou absolveu Diana. The Crown mostrou como ela foi uma peça utilizada para preservar a imagem e a estabilidade da Coroa.
Foi interessante e angustiante assistir aos preparativos do casamento e esperar por uma tragédia anunciada e já vista na realidade. Em tempo: a série frustou parte de sua audiência ao não reconstituir a cerimônia icônica de Charles e Diana. Entretanto, os produtores afirmaram que a narrativa tem como premissa explorar o que não foi mostrado publicamente. E isso faz até sentido.
Em relação à Rainha Elizabeth, Coleman deixou seu legado ao viver uma personalidade que só conhecemos pelos holofotes ou aparições programadas. A atriz conseguiu trazer humanidade e até certa graça a uma mulher que tem uma fachada impenetrável.
A quinta temporada da série passará por uma renovação de elenco, por conta do período histórico em que será ambientada. Pelo olhar de Diana, na última cena, nós podemos esperar pela fase que envolve seu divórcio e quem sabe também a sua morte. E como o reinado de Elizabeth é longo, The Crown ainda terá boas, tristes e polêmicas histórias para contar. Comece a contagem regressiva!
