Amazon Prime aposta em adaptação literária com mulheres no protagonismo
Com tantas opções no streaming, encontrar uma série de fantasia excepcional não é tarefa fácil. Afinal, há quem preze pela quantidade do que a qualidade em seu catálogo. Mas o Amazon Prime Video fez uma aposta certa na adaptação de A Roda do Tempo que, com muita destreza, cria uma saga épica fascinante e única aos olhos do público.
A trama, baseada nos romances do autor americano Robert Jordan, acompanha mulheres que têm a permissão de usar a magia, já que os homens enlouquecem com tanto poder em suas mãos. Moiraine (Rosamund Pike) é membro da organização feminina chamada Aes Sedai. Quando chega na pequena cidade de Dois Rios, ela embarca em uma jornada com cinco jovens, aparentemente inocentes, só que um deles é o Dragão Renascido que pode salvar ou destruir a humanidade.
O elenco conta com a participação de Alexandre Willaume, Johann Myers, Madeleine Madden, Marcus Rutherford, Barney Harris e Zoë Robins.
O primeiro episódio (ao todo serão oito na primeira temporada) é vitorioso em resumir a jornada que está por vir. A fotografia ora sombria, com grandes planos em paisagens bucólicas, mostra o empenho que a plataforma teve em produzir a série original preservando os detalhes descritos nos livros – e também aumenta a nossa expectativa do que esperar no futuro, com a produção de um seriado baseado O Senhor dos Anéis.
Ao passo que Moiraine encontra os cinco possíveis candidatos a serem o ser poderoso, ela deve conduzi-los em segurança à Torre Branca, onde encontrará a proteção de suas “irmãs de magia”. No entanto, como toda boa jornada épica, o caminho não será fácil e diversos obstáculos irão aparecer na vida dos protagonistas e tentar separá-los a todo custo.
Com o passar dos episódios, conhecemos mais sobre os personagens: a amizade e confiança que ligam os ex-habitantes de Dois Rios, os seus talentos, vocações e também as decisões que os levarão a duvidar de si próprios. O telespectador também não ficará decepcionado com a história de Moiraine, explorada satisfatoriamente pelo roteiro.
O maior desafio do projeto, no entanto, pode estar no amplo material de origem. Robert Jordan escreveu 11 livros. Depois de sua morte, em 2007, os três últimos foram assinados por Brendan Sanderson, que manteve-se fiel as orientações deixadas pelo autor para a conclusão da obra. E, realmente, é muito difícil condensar todos os nuances e reviravoltas em poucos episódios e ainda surpreender o público, principalmente aquele que já conhece o desfecho da história.
Dito isso, A Roda do Tempo é uma série de fantasia épica, mas mesmo tempo moderna, que apresenta mulheres em papéis de poder e questiona como as relações de amizade e lealdade são tão importantes – frente à escuridão, ou à vida. É também uma adaptação convincente e que não decepciona. Resta saber como os produtores vão conseguir guardar o segredo por trás da identidade do Dragão por mais algumas temporadas, e sem enrolação.
A estreia está marcada para 19 de novembro no Amazon Prime Video.