capitão américa 4

Capitão América 4 entrega jornada “aceitável” para Sam Wilson

Há quem diga que os filmes de super-heróis morreram, que a fórmula não funciona mais. Seria este o caso de Capitão América 4: Admirável Mundo Novo?

Em parte, eu concordo com a afirmação. Depois de Vingadores: Ultimato é difícil assistir a um filme da Marvel com uma certa decepção  – muito diferente da experiência com as séries de TV. Sem falar, das inúmeras conexões que é preciso resgatar da memória para seguir com a trama.

De lá pra cá, empreitadas promissoras como Eternos foram engavetadas e a jornada de personages populares caíram na banalidade (não me conformo ainda que transformaram a Wanda em uma mulher histérica em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura). Incrivelmente, Capitão América 4 foge da entrega medíocre e consegue apresentar uma história satisfatória para o personagem, mesmo que não acrescente nada de novo ou revele uma grande conexão do que está por vir (e, neste caso, essa decisão é até uma boa pedida).

O filme dá continuidade a jornada heróica de Sam Wilson (Anthony Mackie) após o lançamento de Falcão e o Soldado Invernal no Disney+. Quando estreava a série com boas críticas, o estúdio já trabalhava na ideia de um novo filme sem a presença de Chris Evans. Ao final da saga Vingadores, Steve retornou ao passado para ficar ao lado de Peggy Carter, com sempre desejou.

Em Falcão e o Soldado Invernal, Sam Wilson teve que lidar com o luto e assumir o papel controverso do Capitão América sem a presença de seu mentor. O público foi apresentado também a Isaiah Bradley, outro supersoldado que foi esquecido pelo governo, a John Walker, também conhecido como Agente Americano e a uma nova jogadora ao estilo de Nick Fury. Com o incentivo de Bucky e da irmã Sarah (Adepero Oduye), Sam decidiu que o sofrimento de Isaiah e de outros não significaria nada se ele não assumisse a responsabilidade que lhe foi concedida.

Capitão América 4: Admirável Mundo Novo incrivelmente se conecta a outro filme esquecido da Marvel: O Incrível Hulk. Só que Mark Ruffalo substituiu Edward Norton e, após a morte de William Hurt, o papel de Thunderbolt Ross ficou para Harrison Ford.

Agora presidente dos EUA, Ross tenta se redimir de seus erros, mas o passado ainda o persegue e ele tem contas a acertar com um antigo aliado. O personagem acaba se transformando no Hulk Vermelho, como o trailer do filme revela ao público.

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Harrison Ford vive Thunderbolt Ross (Hulk Vermelho) em Capitão América 4

Diferente da série, o Capitão América 4 peca por não abordar temas importantes, controversos politicamente, algo muito presente na saga do herói nos quadrinhos ao passo que o Capitão América representa justiça e não somente uma propaganda do governo americano. Sem a temática da Guerra Fria, o roteiro poderia ter explorado mais, sido mais atual, falar de corrida armamentista, racismo, o perigo do poder na mãos de representantes que perpetuam o ódio e buscam somente o poder.

De mais, não espere por grandes conexões com os quadrinhos e participações especiais como em Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014). A ideia aqui é explorar o legado de Sam Wilson que, se temia aceitar a missão dada por Steve Rogers, agora está ciente de suas responsabilidades com o mundo e uma nova era dos Vingadores. Afinal, sem os seus nomes principais, o grupo de super-heróis precisa de um líder e muito em breve eles vão enfrentar uma de suas maiores ameaças (e já temos uma dica pelo trailer de Quarteto Fantástico). O longa funciona assim mais como uma continuação morna e aceitável da série e abre portas para continuidade do personagem em outras produções.

Além de Mackie, o elenco conta com Danny Ramirez, Shira Haas, Xosha Roquemore, Carl Lumbly, Giancarlo Esposito, Liv Tyler e Tim Blake Nelson.

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