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‘Holland’ critica sonho americano com trama pitoresca de suspense

Holland, novo filme que estreia no Prime Video, é um retrato da decadência do sonho americano – e a sua sua temática não poderia estar mais alinhada com os dias atuais.

O thriller psicológico tem direção de Mimi Cave que continua a explorar o gênero de suspense após o sucesso de Fresh (2022), filme em que um possível relacionamento amoroso caminha rapidamente para o pesadelo.

E o mesmo sentimento, de desilusão, está presente em Holland. A trama acompanha Nancy Vandergroot (Nicole Kidman), uma professora e dona de casa meticulosa que leva uma vida aparentemente perfeita na cidade de Holland, Michigan, ao lado do marido Fred (Matthew Macfadyen) e do filho Harry (Jude Hill). A rotina tranquila de Nancy é abalada quando ela começa a suspeitar que Fred está tendo um caso extraconjugal. Com a ajuda de seu colega de trabalho, Dave Delgado (Gael García Bernal), ela decide investigar, apenas para descobrir que seu marido esconde um segredo muito mais sombrio.

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O filme explora a desconstrução da imagem de uma família perfeita, mergulhando em temas de desconfiança, traição e os segredos ocultos sob a superfície de uma vida aparentemente ideal. A narrativa segue um ritmo que mistura momentos de tensão crescente com reviravoltas inesperadas, mantendo o espectador envolvido até o desfecho.​ Confesso que em alguns momentos a trama parece caminhar muito rapidamente até a descoberta do segredo de Fred, ora de forma desconexa. No entanto, a relação entre Nancy e Dave faz um contraponto cômico necessário e mantém o interesse do público na história.

Em coletiva de imprensa, Nicole Kidman falou como foi viver a personagem, principalmente após o seu sucesso de crítica em Babygirl (2024). “Eu me considero uma atriz de personagens. Não me considero uma estrela de cinema. Adoro criar personagens e foi sobre isso que eu e a Mimi falamos, sobre como criá-la como personagem. O sotaque também foi uma parte do processo. E acho que há uma inocência que achei muito sedutora, e depois um sentimento de maravilha, que ainda não tinha tido a oportunidade de fazer. Para Nancy, esses aspectos eram muito apelativos. Mas sim, adoro explorar. Acho que temos muita sorte se tivermos a capacidade de experimentar coisas. E eu estou numa posição em que posso experimentar coisas. E também posso apoiar outras pessoas que queiram seguir o mesmo caminho de explorar e experimentar coisas artisticamente. Porque é uma dádiva magnífica de uma viagem em que todos estamos. E nunca me esqueço de como isso é glorioso”, disse.

É muito difícil conseguir fazer filmes atualmente. Então, poder dizer à Mimi que podemos financiar e fazer seu filme. Isso é um grande apoio e uma grande oferta e é isso que eu adoro poder fazer. E então eu entro em cena como atriz e digo: “Ok, me molde, me forme, me dê ideias. Vamos lá. Vamos brincar. Porque, acima de tudo, estamos atuando e isso deve ser divertido. Tem que haver um elemento de diversão.

Nicole Kidman

Já Mimi falou da combinação de gêneros no longa-metragem, o que abre caminho para originalidade: “Acho que muitas histórias estão sendo contadas de várias maneiras diferentes, seja na televisão, no teatro ou em streaming. A beleza do que podemos fazer agora é que podemos cruzar gêneros e atingir muitos pontos centrais emocionais diferentes para as pessoas. E acho que a Holland é uma experiência muito divertida porque, com sorte, você ri, depois se assusta e, em seguida, fica na expectativa. Por isso, espero que as pessoas se divirtam com isso, entrem e saiam desses diferentes gêneros e tenham uma experiência divertida.”

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Já Gabriel ressaltou a importância crítica do projeto, com ressonância em temas globais. O seu personagem, Dave, é um professor da escola local que não é aceito na pequena cidade por conta de sua etnia, o que nos leva a refletir sobre diferenças culturais, intolerância e preconceito. “O contexto de um senso comunitário, de uma identidade comunitária de certa forma, e como isso é estruturado e como lida ou dialoga com o mundo e as complicações e as idas e vindas das pessoas torna tudo, não sei, muito, muito particular, muito interessante e difícil de certa forma. Portanto, acho que há muitas coisas que podem ser relacionadas ao que acontece hoje em dia. Há a identidade sendo desafiada de certa forma.”

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