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Netflix estreia 6ª e última temporada da série nesta sexta-feira (10)

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Atenção, esta crítica contém spoilers!

Lucifer é um dos personagens mais carismáticos dos quadrinhos da DC. Mas foi somente com o talento de Tom Ellis que o personagem, baseado na visão de Neil Gaiman, Sam Kieth e Mike Dringenberg em The Sandman, ganhou popularidade.

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A premissa da série, originalmente da Fox, era atraente: o Diabo decide tirar férias do Inferno e passar uma temporada na Terra, na cidade de Los Angeles, resolvendo crimes com a polícia local. O seu desprezo pelas relações humanas, a falta de tato em lidar com as pessoas e o seu dom de conceder desejos foram elementos principais das primeiras temporadas.

Com o cancelamento após o terceiro ano, a Netflix foi praticamente “obrigada” a resgatar o show de sua morte precoce. O streaming manteve elenco e produtores, no entanto tomou a decisão acertada de diminuir a quantidade de capítulos por temporada, o que deixou a trama mais coesa, com menos enrolação e menos focada nas investigações criminais e sim na evolução dos personagens.

 

E depois de conhecermos a família de Lucifer, ver Amenadiel (D. B. Woodside) criar o primeiro filho, testemunhar Chloe Decker morrer e voltar à vida graças ao amor do protagonista e vibrar com a derrota de Miguel em uma batalha épica, os últimos episódios da série tinham a difícil missão de impressionar e, ao mesmo tempo, criar um final satisfatório aos fãs.

A missão foi concluída, com poucos clichês, e fugindo do “felizes para sempre”. Logo no início, o público descobriu que Dan conseguiu sair do Inferno para se tornar um fantasma em meio aos mortais, o que garantiu a presença de Kevin Alejandro no elenco. Também vimos Lucifer lidando com a sua indecisão sobre assumir ou não o cargo de Deus e Chloe enfrentado as consequências de usufruir dos poderes divinos.

A surpresa mesmo foi a aparição da filha de Lucifer e Chloe, do futuro, que aparece para cobrar explicações do pai sobre a ausência em sua vida. Seguimos então os restantes dos episódios da temporada tentando descobrir o motivo do abandono do personagem, acreditando que ele podia estar morto.

Dan retorna como fantasma à trama

A chegada de Rory também movimentou a trama: Mazikeen finalmente aceitou a felicidade ao lado de Eva, Linda Martin decidiu escrever um livro sobre as suas sessões com o Diabo, Dan encontrou paz ao se redimir com a filha, Chloe voltou à polícia para combater injustiça racial na corporação, Ella Lopez descobriu que o divino realmente existe e Amenadiel aceitou o seu papel de líder do Céu, assim como o seu pai queria.

E a jornada de Lucifer não decepcionou. Reuniu autodescoberta, amor e sacrifício. Ele finalmente aceitou os seus sentimentos, tornou-se um defensor da humanidade ao acreditar em segundas chances. Ao final, o assassino Vincent Le Mec (Rob Benedict) deu as caras para ameaçar a felicidade de todos, ao passo que o protagonista conseguia se reconciliar com a filha. O confronto fez Lucifer percebera sua real vocação e voltar ao Inferno – com uma promessa para Rory. Chloe passou a vida sem rever o grande amor, esperando o momento em que filha viajasse ao passado, em seu leito de morte. Ela só reencontrou Lucifer no pós-vida, quando decidiu se juntar a ele em sua missão de redenção – o que rendeu um lindo final poético aos fãs.

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Julia Benvenuto

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduada em Jornalismo Cultural pela FAAP. É autora da tese "A Revolução dos Losers: como o seriado americano Glee representa a juventude do século 21".