A estreia está marcada para dia 7 de outubro no Prime Video
O Rio de Janeiro nunca mais será o mesmo depois do governo de Fefê. A Eleita, nova série do Amazon Prime Video, é protagonizada por Clarice Falcão e apresenta uma sátira, muito bem humorada, sobre a política carioca.
A trama é ambientada em um futuro distópico não muito distante, no qual o estado do Rio de Janeiro está completamente falido. Não há verba para investir em livros, professores, editoras ou imprensa profissional. “Para piorar, a política virou um circo tão esquisito que dá saudade da época em que o Macaco Tião quase foi eleito como prefeito do Rio”, diz a sinopse oficial.
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Neste cenário caótico, Fefê (Falcão), uma jovem influenciadora digital com aversão a qualquer tipo de responsabilidade, decide se candidatar a governadora do estado “na zoeira”. O problema é que essa piada fez sucesso. Eleita, ela – que não sabe a diferença entre governador e prefeito — tenta conciliar sua vida agitada de festas com a administração do Estado do Rio de Janeiro – o que não só é difícil, mas impossível.
Criada por Clarice Falcão e Célio Porto, o programa tem direção geral de Carolina Jabor e direção de Rodrigo Van Der Put. A série é baseada no surrealismo que vemos no Brasil e no mundo, sendo que o texto começou a ser escrito no governo do ex-presidente Michael Temer. “Nós iniciamos com essa ideia do circo e muitas coisas foram acontecendo, parecia que nós éramos videntes. Parecia que era nossa culpa. Tudo foi ficando cada vez mais realista e nós tivemos que exagerar ainda mais”, contou Clarice.
“Eu acho que o momento da política é uma comédia. A gente não fala nenhuma mentira, parece que é comédia, mas é baseada em coisas que já aconteceram na realidade. A gente está rindo de nós mesmos, porque brasileiro tem essa facilidade. É rir da própria desgraça, infelizmente”, afirmou Polly Marinho.
Diogo Vilela, que vive Netinho, comentou que sua maior inspiração para entrar no universo da política foi a CPI da Covid. “Eu ficava vendo o comportamento dos senadores e dos políticos, que tem uma formalidade e alguns trejeitos específicos, a maneira que eles demonstram as relações quando falam um com outro, mostrando um caráter político que tem que existir”. Carolina Jabor complementou afirmando que Vilela ajudou no desafio do tom da série. “Ele veio muito preparado, ele imitava o Renan Calheiros, ele trouxe toda a experiência de um ator de comédia”.
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Em contraponto à protagonista está Teresa, interpretada por Polly Marinho, que parece ser a única que sabe o que está fazendo. “Ela representa a nova política, que vem através das cotas, das mulheres negras que estão entrando na política e nas faculdades. Eu também sou militante e tem esse lugar de você olhar para aquelas pessoas que têm seus privilégios e que estão ocupando diversos espaços de poder e de visualização. São pessoas que não necessariamente merecem estar lá” disse a atriz. “Ela sabe que aquelas pessoas estão ali por puro privilégio e sabe que precisa fazer aquele trabalho três vezes maior para ocupar aquele espaço que chegou de graça no colo da governadora. Ela é irônica, debochada e mau humorada”.
Sem dúvida alguma, os fãs de séries de comédia irão encontrar diversas referências em A Eleita, com cenas que levam os personagens ao constrangimento como The Office e uma protagonista com comportamento falho que também pode ser visto em Fleabag. “Nós vemos muitos personagens masculinos sendo assim, podres e imaturos. As mulheres eram sempre representadas como burras ou inteligentes, foi muito bom criar essa ideia”, afirmou Clarice.
Célio ainda completou dizendo que havia uma regra de ouro na sala de criação apontado que a Fefê faz a coisa errada pelo motivo certo ou ela faz a coisa certa pelo motivo errado. Ela nunca poderia fazer os dois. “O que ela faz na posse? Ela não vai, ela se atrasa”.
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A escolha de ambientar a série no Rio de Janeiro não foi por acaso. O elenco lembrou que a capital carioca já teve episódios pitorescos, como a candidatura do macaco Tião na década de 80 que arrecadou cerca de 400 mil votos. Além disso,salientou que nos últimos tempos nenhum governador conseguiu terminar seu mandato. “O circo é muito presente no universo político braisleiro. O Rio é o exemplo de uma certa brasilidade que é um pouco exagerada às vezes. O carioca é caricatura de um brasileiro com a marra, com as coisas sendo feitas de qualquer jeito”, falou Célio.
Carolina Jabor ressaltou que as locações reais da produção, como o Palácio das Laranjeiras e a Alerj, contribuíram para o tom da comédia. Em tempo: na trama, o Palácio Guanabara é um local alugado pelo Airbnb para ajudar nos gastos do Estado. “Acho que o Palácio acabou virando um personagem da série”, confessou Polly. “Era difícil de gravar, não podia encostar em nada, não podia respirar (risos)”.
Inclusive, a primeira temporada de A Eleita conta um episódio musical que mostra um momento ruim na trajetória da personagem. O intuito foi sair da realidade, fugindo um pouco do cenário político e fazendo uma imersão no lado psicológico da Fefê. “Como a gente transforma uma pessoa deitada na cama em uma coisa mágica? O imaginário da Fefê é todo musical, então foi um jeito de coroar a linguagem”, comentou Célio.
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Clarice ainda afirma que a Eleita não é somente sobre política, mas também sobre amadurecimento. “É uma personagem que do nada começa a ter responsabilidades. Espero que o público se divirta. Que a série possa expurgar algumas coisas através da comédia, da leveza e do absurdo. Que a gente possa dar risada ao invés de chorar, que é o que temos feito nestes últimos quatro anos ininterruptamente”.
O elenco de Eleita conta também com Luciana Paes, Rafael Delgado, Bella Camero, Felipe Veloso, Pablo Pêgas e Diogo Defante, além de participações especiais de Ingrid Guimarães, Cristina Pereira, Estevam Nabote e Luis Lobianco.
A Eleita estreia no dia 7 de outubro no Amazon Prime Video. Confira o trailer abaixo: