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Remake é protagonizado por James McAvoy

Não Fale o Mal é um daqueles filmes que perturba a alma. Talvez por isso a versão original dinamarquesa em que o o longa-metragem americano é baseado tenha ganhado tantos prêmios e, ao mesmo tempo, o rótulo de excêntrica.

O remake tem como foco Louise e Ben, um casal recém-chegado ao Reino Unido que faz amizade com uma família um tanto peculiar. Após a viagem, eles são convidados para passar um fim de semana na casa de campo dessa família, que aparenta ser o cenário ideal para um retiro relaxante. Contudo, o que começa como um feriado dos sonhos logo se transforma em um pesadelo psicológico paralisante.

O fazendeiro britânico, interpretado por James McAvoy, apresenta-se como o anfitrião perfeito, um macho-alfa carismático com hospitalidade inabalável. Porém, por trás de sua fachada amigável e charmosa, há uma escuridão indescritível, e aos poucos, a família americana percebe que está presa em uma trama de manipulação e terror, onde suas vidas estão em risco.

Um dos temas centrais de Não Fale o Mal é o poder da cortesia e o quão longe as pessoas vão para evitar parecer indelicadas, mesmo quando confrontadas com situações de desconforto extremo. A família americana, mesmo diante de sinais de que algo está errado, hesita em confrontar seu anfitrião por medo de parecer rude. Essa hesitação, que começa como um comportamento social aceitável, transforma-se em uma armadilha que os coloca em perigo real. E isso que é mais angustiante.

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Conhecido por suas atuações intensas em filmes como Fragmentado e X-Men, James McAvoy mais uma vez surpreende. O papel de psicopata lhe cai bem e há momentos que sua loucura me lembrou o personagem de Jack Nicholson em outro terror psicológico, em Iluminado (1980) – a cena em que ele força a sua entrada pela porta traz um flashback quase instantâneo. McAvoy incorpora um homem que é ao mesmo tempo acolhedor e ameaçador, usando seu charme para esconder sua verdadeira natureza.

Não Fale o Mal demora a engrenar aos olhos do público, apesar de sua duração habitual. Mas as cenas de perseguição e insanidade prendem a atenção e são desconfortantes. Afinal, como lidar que o principal vilão do filme não é algo sobrenatural, mas sim a pura maldade humana.

Sob a direção Blumhouse, a atmosfera o longa é cuidadosamente construído para intensificar o terror psicológico. A idílica casa de campo, que a princípio parece ser um refúgio perfeito, rapidamente se transforma em um cenário claustrofóbico, onde a sensação de perigo se intensifica a cada cena. Vale lembrar que a produtora é responsável pelos sucessos Corra! e O Homem Invisível, que são bem mais inquietantes que este lançamento.

O filme promete entregar uma experiência angustiante guiada pela atmosfera tensa que se desenvolve ao longo da trama. Não vai agradar a todos. Além disso, a experiência promete mais incomodar do que conquistar.

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O elenco conta com Mackenzie Davis, Aisling Franciosi e Scoot McNairy. Destaque para os atores mirins, que carregam boa parte da narrativa: Dan Hough e Alix West Lefler.

Saí do cinema um tanto quanto mais descrente na bondade da humanidade e certa que confiar nas pessoas erradas pode ter consequências devastadoras. Como eu disse, não é um filme para todo mundo, mas promete agradar principalmente quem sente falta da vibe dos clássicos do gênero.

E um último aviso: você não precisa assistir a versão dinamarquesa para conferir o revival, no entanto, aos cinéfilos, vale pela comparação.

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